02 de agosto de 2024
HOMICÍDIO NO VALE

‘Quanta saudade’, diz Jéssica quase 2 anos da morte de Ana Livia

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Repórter Especial
Reprodução
Jéssica e Ana Livia

730 dias de saudade.

A memória, o afeto e as imagens guardadas no celular e nas gavetas ajudam a superar a dor de perder a filha.

Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp.

Em 27 de setembro de 2022, a diarista Jéssica Higino teve um encontro com a tragédia: a morte da filha Ana Lívia, estudante de 13 anos que levou um tiro na nuca, em Taubaté. O crime chocou a região.

Quem deu o tiro trágico foi a colega de Ana Livia, uma menina que tinha 12 anos na época e que cumpre medida socioeducativa na Fundação Casa. A instituição não informou a atual situação dela, em razão do sigilo do caso.

Nas redes sociais, Jéssica posta fotos com a filha e recorda momentos ao lado de Ana Livia. “Quanta saudade”, escreveu ela em uma foto com a menina, publicada no final de junho. Jéssica também é mãe de um menino.

No final de julho, ela compartilhou um texto intitulado: “O sorriso de uma mãe que perdeu o filho”.

“Vou contar a você o que se esconde por trás do sorriso de uma mãe que perdeu um filho. Uma saudade enorme, uma dor que dilacera cada vez que você para, nem que seja por um segundo”, diz a mensagem.

Que continua: “Ocupamos nossa cabeça e nosso tempo ajudando, consolamos quando às vezes só queríamos ser consoladas, sorrimos para encobrir nossas lágrimas, sorrimos para não sermos egoístas e fazer com que todos que ainda permanecem ao nosso lado sofram mais com o nosso sofrimento”.

“Se eu choro? Sim, muitas vezes, infinitas”, diz o texto. “Se eu penso no meu filho? Todos os segundos do meu dia. Penso no quanto fui feliz com ele, sorrio das piadas dele, canto as nossas músicas, e cumpro a minha promessa, a promessa de continuar a viver aqui sem ele”.

Com palavras de esperança para quem perdeu o filho, como Jéssica, a mensagem termina dizendo que “uma mãe que sorri depois de uma dor tão inexplicavelmente dor, uma mãe que apesar de querer morrer consegue ver que a vida continua, merece aplausos”. O texto fala em sobreviventes.

O crime.

O caso de Ana Lívia aconteceu em 27 de setembro de 2022, no bairro Jardim Paulista, em Taubaté, antes da menina e uma colega então com 12 anos irem para a escola. As duas eram melhores amigas.

Pela manhã, Lívia ligou para a mãe perguntando se a amiga podia ir até sua casa para que as duas pudessem ir para a escola juntas, de carona com a mãe de outra colega. Horas depois, a mãe de Ana Lívia encontrou a menina já sem vida, em seu quarto.

Lívia foi encontrada com um tiro na nuca, com o corpo caído em cima de uma mesa de cabeceira.

A garota de 12 anos confessou ter matado Ana Lívia e foi apreendida. Ela passou por julgamento e foi internada na Fundação Casa em São Paulo. Ela passa por avaliações psicológicas regulares e os resultados são encaminhados ao Poder Judiciário, que avalia a evolução dela dentro da unidade de custódia do governo estadual.

Procurada pela reportagem, a Fundação Casa disse que o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) não permite “divulgar informações sobre adolescentes em cumprimento ou que cumpriram medidas socioeducativas”.

“O Art. 143 do ECA proíbe a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos relacionados a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional, garantindo assim a proteção e privacidade desses jovens”, informou a entidade.