02 de agosto de 2024
CRACK EM SÃO JOSÉ

Morta em 'cativeiro', Dani era mãe de 3 filhos e vítima do crack

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Danielle foi vítima da violência em São José

Quem é Danielle Regina de Moraes Souza?

Morta aos 31 anos, após ter tido o corpo queimado no "cativeiro", um espaço usado para o consumo de crack na zona sul de São José dos Campos, Danielle era mãe de três filhos e escrava do vício em drogas. Atacada por um ex-namorado, que ateou fogo a ela e ao atual companheiro dela, Danielle morreu no dia 15 de junho, duas semanas depois de ter sido atacada, no Dom Pedro 1º.

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Em depoimento à polícia, a mãe de Danielle narrou o drama da filha, vítima da violência e da escravidão da droga. A vítima passou a usar entorpecentes quando tinha "17 ou 18 anos", tendo passado a fumar crack nos últimos quatro anos. E esse vício da "pedra" levou Danielle a viver nas ruas, voltando para casa, em geral, a cada 15 ou 20 dias.

Talvez quem visse Danielle nas ruas não imaginasse, mas ela já foi casada, constituiu uma família. Foram três anos de matrimônio. No total, ela teve três filhos com pais diferentes, com idades hoje de 17, 12 e 7 anos. A mais velha está grávida, mas infelizmente o neto não poderá conhecer a avó.

No Natal do ano passado, Danielle visitou a mãe acompanhada de um homem, que ela apresentou como namorado. Uma amiga contou à polícia que Danielle chegou a morar junto com esse namorado em uma casa no bairro Dom Pedro 2º, mas a relação não durou muito e Danielle voltou às ruas.

Foi então que, em 2 de junho, a mãe soube através de conhecidos que sua filha estava internada no pronto-socorro da Vila Industrial sem qualquer documento. Ela reconheceu Danielle e soube que um outro homem também havia sido internado, também queimado com a filha. Na madrugada de 15 de junho, a mãe recebeu uma ligação do hospital informando sobre o falecimento de Danielle, que foi enterrada no cemitério municipal Colônia Paraíso, em São José.

Investigação.

Ao receber a notícia, a mãe de Danielle passou a rodar a zona sul da cidade para levantar informações sobre a morte da filha. Ela contou aos policiais que ouviu de pessoas que não quiseram ser identificadas que o responsável pelas queimaduras e posterior morte da filha era mesmo seu ex-namorado. A atitude “fria e egoísta” dele seria por “simplesmente não aceitar o fim do relacionamento”.

De acordo com o relato policial, o suspeito foi reconhecido por foto como sendo o autor da morte de Danielle e também a pessoa que começou a namorá-la no final de 2023. Ele foi preso.

Uma amiga da vítima disse aos investigadores que Danielle já havia reclamado da perseguição que sofria do ex-namorado, que a ameaçava. Ela contou que conhecia a vítima “há anos” e que as “circunstâncias e a crueldade empregada para assassiná-la não têm relação com o uso de drogas ou com a situação de rua em que vivia”. Para a amiga, se tivesse relação, a tragédia já teria ocorrido há muito tempo.

“Ela lamenta profundamente que uma mulher jovem, mãe e avó tenha tido um fim tão trágico”, diz trecho do depoimento da amiga.