05 de outubro de 2024
CASA DO SEXO

Prostíbulo em frente à igreja inferniza moradores há anos em SJC

Por Leandro Vaz | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Da redação
Leandro Vaz
Casa funciona como ponto de encontro para sexo

A ação da Polícia Civil em uma casa no Jardim Portugal, região sul de São José dos Campos, expôs um problema que moradores vizinhos convivem há anos. No local, que fica em frente à praça José Benedito Monteiro, em frente a uma igreja, funciona uma casa de prostituição que recebia até o dia da operação, dezenas de homens. Mulheres moram no local e a casa funcionava 24h por dia.

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O problema fica ainda maior aos finais de semana, durante às madrugadas. Homens em busca de prazer faziam algazarra em ruas vizinhas e na praça do bairro pacato. “Há anos sofremos com essa casa no bairro, temos dezenas de vídeos das garotas ameaçando os vizinhos, supostos clientes forçando portão de residências, importunação sexual, dentre outros fatos como aumento do furto e roubo na região devido a intensa movimentação da casa.”, disse um morador vizinho, que pediu para não ser identificado.

A casa de dois andares fica em uma esquina. Feita de tijolinhos, o imóvel chama à atenção. Mas quem frequenta sabe exatamente onde é e o que procura. A reportagem de OVALE esteve na tarde deste sábado (22) na praça. Entre as brincadeiras de crianças na área de lazer e o jogo de um garoto na quadra, homens passavam pela casa. Durante a presença da reportagem, pelo menos dois entraram no imóvel, que visivelmente ainda recebe clientes.

Na operação da Polícia Civil, comandada pelo 7º DP, na última quinta-feira (20), foram identificados pelo menos três clientes no interior da casa. Havia várias mulheres, que acabaram levadas para a delegacia. A dona do ponto, também foi encaminhada. A ação só possível após uma ampla investigação dos agentes policiais, que teve participação importante da 2ª Cia da Polícia Militar. A operação levou em conta a denúncia de tráfico de drogas. No interior da casa, além dos homens e das mulheres, a Polícia Civil encontrou camas, produtos como bebidas, cardápios com preços, chocolates, balas, preservativos e lubrificantes. Dois casais foram pegos no ato sexual.

“A 2°Cia do 46°BMPI sob comando do capitão Anjo mantiveram o policiamento ostensivo durante o período de investigação e no dia 20 com o mandato de busca para a residência, a polícia civil do 7°DP, sob comando da Dra Maura Batalha e equipe, obtiveram êxito em identificar a casa de prostituição”, disse o vizinho, que cansado de viver o problema no bairro, resolveu assumir o trabalho de investigação. São mais de 200 vídeos registrados nos últimos meses que deram força para a PC começar a investigar.

“Havia madrugadas que homens vinham, ficavam nas ruas, vandalizando, usando a praça como ponto de tráfico, uso de drogas. Aqui, onde a gente está, por exemplo, havia dezenas de capsulas de cocaína. Muitas mulheres que iam trabalhar ao amanhecer se deparavam com cenas constrangedoras e eram abordadas por esses homens”, disse o rapaz à reportagem.

A vizinhança conseguiu uma força tarefa. Um abaixo assinado foi feito e recebeu mais 400 assinaturas com os moradores pedindo ajuda e providências das autoridades municipais. “Tentamos várias vezes ajuda da GCM, 156 da prefeitura, e do vereador do bairro, mas não nos deram atenção”, disse o morador.

A situação só começou a mudar com a presença da deputada estadual Letícia Aguiar. Em um encontro com moradores, mais de 80 vizinhos participaram para denunciar o problema que viviam. “Ela encaminhou ofício à Polícia Militar e desde então iniciou o processo”, disse.

“Infelizmente, a casa fica em frente à uma igreja. Mas é tanta coisa que acontece, que ficamos constrangidos”, disse o morador, que narra já ter denúncias de sexo na rua, grupos de homens aguardando para entrar com som ligado e bebida. “Nós já fizemos as contas com vídeos e registros. Teve um dia que entraram quase 90 homens”, disse. As dezenas de mulheres se revezavam para atender os clientes.

Com a presença da Polícia Civil na casa, as coisas mudaram desde a última quinta-feira. “Está bem menor o movimento. Soubemos que várias meninas foram embora e tem morando na casa, cerca de cinco, apenas. Foi dado um prazo para as coisas melhorarem. Vamos ver”, disse.