Mesmo que a pauta estivesse mais calma, a Câmara de Campinas não escapa de momentos tensos. A votação na sessão ordinária foi, de certo modo, tranquila com projetos sem qualquer polêmica a serem votados, diferente do cenário da semana passada.
Porém, a situação do vereador Permínio Monteiro (PSB) volta ao noticiário com o andamento do processo contra o parlamentar por suposta ‘rachadinha’. Permínio é acusado de exigir parte do salário de comissionados da Câmara e da Prefeitura.
A 3ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) rejeitou, por unanimidade, 3 votos a 0, o recurso apresentado pela defesa. Com essa decisão, foi mantido o bloqueio de seus bens e a quebra do seu sigilo bancário.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, extratos bancários mostraram saques mensais do salário de servidores indicados pelo vereador, no legislativo e executivo.
Além do vereador, a quebra do sigilo bancário também atingiu seu irmão, que está sob investigação por suspeita de envolvimento no esquema, assim como 18 servidores e ex-servidores comissionados da Câmara e da Prefeitura. Permínio é acusado de ter exigido a prática da ‘rachadinha’ dessas pessoas.
O vereador nega as acusações e a defesa já informou que irá recorrer da atual decisão de um caso moroso e com novas informações “a conta-gotas”. Situação vivenciada por outros parlamentares da casa em processos semelhantes.
Por sinal, esse passo lento tem sido uma tendência da promotoria e judiciário no pós lava-jato, com um elevado tempo para definição, seja ela qual for, em benefício ou não do acusado. Novos velhos tempos.
O prefeito de Amparo, Carlos Alberto Martins, e pré-candidato à reeleição partiu para o ataque contra o adversário Luiz Oscar Vitale Jacob a quem chamou de “o maior mentiroso que já conheci na vida”.
Carlos Alberto respondia a um questionamento em uma entrevista na Rádio Transamérica Campinas sobre a intervenção que fez na Santa Casa Anna Cintra logo no início de mandato, medida considerada desnecessária e prejudicial por Jacob, em entrevista anterior à mesma emissora.
“Quando assumi a prefeitura, o hospital estava em decadência. Ele (o ex-prefeito Jacob) trouxe um grupo de pessoas de fora que simplesmente destruíram o hospital”, afirmou o atual chefe do executivo de Amparo.
A eleição na estância turística de pouco mais de 70 mil habitantes será quente em outubro.
Depois dos episódios da Festa da Bicuda, a Comissão Permanente de Cultura, da Câmara Municipal de Campinas vai discutir as responsabilidades e as consequências das Emendas Parlamentares e eventos culturais em Campinas.
Para debater o tema, vão participar da reunião a secretária municipal de Cultura, Alexandra Caprioli, e o diretor de Cultura, Gabriel Rapassi.
Além disso, a Comissão de Cultura discutirá sobre as implicações e as responsabilidades do Poder Executivo, do Poder Legislativo e dos produtores culturais, especialmente em relação à organização e à execução de eventos que utilizam recursos públicos, como o ocorrido na polêmica festa, que levou a dois pedidos de abertura de Comissão Processante, um contra a vereadora Paolla Miguel (PT) e outro contra o prefeito Dário Saadi (Republicanos), ambos arquivados.
Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada na Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.br.