A morte por espancamento de um homem em situação de rua dentro do Terminal Rodoviário Intermunicipal Frederico Ozanam, a Rodoviária Nova de São José dos Campos, na madrugada deste sábado (18), reacendeu as críticas à prefeitura pela movimentação de moradores de rua em torno do terminal, além de pedidos por mais segurança.
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Há indícios de que os dois homens que mataram a vítima também sejam pessoas em situação de rua. Um deles tem 35 anos e foi preso pela polícia. Ele alegou que estava sendo ameaçado de morte pela vítima. O segundo envolvido no crime continua foragido.
A vítima foi identificada como Marcos Vinícius Mascena da Silva, 26 anos, nascido em São Paulo e sem antecedentes criminais. Esse é o nome do homem que foi espancado e morto dentro da Rodoviária Nova de São José dos Campos, na madrugada do último sábado (18).
Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento em que o homem foi arrastado e agredido por outros dois homens dentro do terminal. Ele foi cercado pelos dois agressores dentro da rodoviária, arrastado pelo piso do terminal e morto espancado. O corpo foi encontrado no local de embarque e desembarque de ônibus.
Nas redes sociais, a Prefeitura de São José dos Campos voltou a ser criticada pela grande movimentação de pessoas em situação de rua ao redor do terminal.
“Briga de usuários de droga tem a todo o momento”, diz um comentário na rede social. “Um terminal tão importante que deveria estar totalmente seguro, pois circulam muitas pessoas e [os agressores] tiveram tempo pra fazer tudo isso”, diz outro.
Outros internautas cobraram mais segurança no terminal rodoviário. “Como acontece uma coisa dessas dentro do terminal e não tem um policial sequer”, diz um comentário. “Fica a pergunta: cadê os seguranças do local que não interferiram. Essa morte poderia ser evitada com toda certeza”.
A prefeitura mantém o Centro Pop (Serviço de Abordagem Social e Centro de Atendimento ao Migrante) ao lado da rodoviária. O serviço atende pessoas em situação de rua e os que estão de passagem para outros municípios.
OUTRO LADO
Responsável pela rodoviária, a Urbam disse que colabora com as investigações e que as informações necessárias serão prestadas somente à autoridade policial, responsável pelo esclarecimento do crime.
“Inclusive, as imagens das câmeras de segurança já ajudaram a prender um dos suspeitos. No boletim de ocorrência está registrado todos os dados prestados à polícia”, informou.
Questionada pela reportagem, A Urbam nada disse sobre a falta de atuação dos vigilantes da rodoviária e nem se a segurança será reforçada no terminal.
Por meio de licitação, a operação do terminal é feita pela empresa Sinart (Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico Ltda.). Entre as atribuições da operadora está a da segurança. Também procurada pela reportagem, a Sinart ainda não respondeu. O espaço segue aberto.
Sobre as pessoas em situação de rua no entorno da rodoviária, a Secretaria de Apoio Social ao Cidadão respondeu que a cidade “possui um dos mais bem estruturados programas de acolhimento de pessoas em situação de rua, um problema social crescente que tem reflexos não apenas na região, como no país e no mundo”.
“Com 10 vans e três carros de suporte, a equipe de abordagem é qualificada e conta com agentes e educadores sociais que atuam 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados”, informou.
E continuou: “Os abrigos municipais estão preparados para receber todos que estão em situação de rua, com acomodações confortáveis, incluindo canis e gatis, e equipe multidisciplinar. A pessoa que aceita ajuda é levada ao Centro Pop, onde é feita a triagem e o encaminhamento para o local adequado”.
A pasta disse que a prefeitura também oferece oficinas e atividades de convívio e socialização com o objetivo de ajudar os ex-moradores em situação de rua a voltarem para o mercado de trabalho, resgatarem suas cidadanias e dignidades e escreverem novos projetos de vida.
“Para conscientizar a população, a Prefeitura realiza uma campanha permanente ‘Não dê esmola, dê cidadania’, onde o munícipe pode ligar no 153 e acionar as equipes sociais para acolher esses moradores, que muitas vezes precisam de um tratamento.”