A Comissão Processante que averigua os episódios da Festa da Bicuda recebeu a defesa prévia da vereadora Paolla Miguel (PT).
O procedimento vai averiguar a responsabilidade da parlamentar que destino recursos por emendas impositivas, apoiou e divulgou o evento que teve cenas de sexo e nudez, nas apresentações que foram realizadas em praça pública no Distrito de Barão Geraldo.
A vereadora já disse publicamente que não tinha conhecimento do teor e que julgou como inadequado e inapropriado. Paolla destinou uma emenda no valor R$ 10.690, usados à aquisição de banheiros químicos, gradil e palco.
Outro ponto colocado pela vereadora é que o evento é realizado desde 2018 e tinha o apoio da Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria de Turismo e Cultura. Ou seja, se ela tem responsabilidade, a prefeitura também tem.
Diante disso, Paolla entregou a sua defesa no final da tarde desta segunda-feira, 13, último dia do prazo estipulado pela CP. A partir de agora, os vereadores membros Guida Calixto (PT), presidente, Gustavo Petta (PcdoB), relator, e Edvaldo Cabelo (PL) vão analisar os argumentos.
O parecer será redigido por Petta que poderá indicar o arquivamento ou dar prosseguimento à Comissão. A tendência é que o vereador opte por engavetar o procedimento e livrar Paolla do processo que poderia levar à cassação de mandato.
Os integrantes da Comissão Processante têm uma nova reunião marcada para a próxima segunda-feira, 20.
Meio termo
A Câmara de Campinas vai votar um Projeto de Resolução da Mesa Diretora da Casa que acrescenta medidas disciplinares ao Código de Ética Parlamentar da Casa, estabelecido pela Resolução número 981/21. A proposta passará pela primeira análise nesta quarta-feira.
A propositura determina três tipos de medidas a infrações decorrentes de quebra de decoro parlamentar, durante o exercício do mandato: advertência escrita; suspensão temporária da prerrogativa parlamentar de usar a palavra nos horários destinados ao Pequeno e Grande Expedientes com duração de no mínimo 30 dias corridos até o máximo de 90 dias corridos; e suspensão temporária do exercício do mandato, com prejuízo da remuneração do vereador com duração de no mínimo 30 dias corridos, até o máximo de 90 dias corridos.
Atualmente, o legislativo de Campinas não tinha um meio termo para casos mais “light” de quebra de decoro. Ou abre processo de cassação ou lava as mãos. A ideia é criar punições intermediárias.
André Von Zuben
O ex-secretário de Dário Saadi e Jonas Donizette, André Von Zuben, descarta uma candidatura à prefeitura de Campinas, como tentou em 2020, quando obteve pouco mais de 6,6 mil votos.
No entanto, Von Zuben afirmou à coluna que planeja participar da eleição, mas desta vez buscando retornar à Câmara de Campinas. Ele foi eleito vereador para o legislativo campineiro em duas ocasiões (2012 e 2016).
Durante as gestões de Jonas e Dário, André Von Zuben foi um membro da base aliada, ocupando cargos de secretário em diferentes pastas, incluindo habitação, desenvolvimento econômico e gestão e controle.
Von Zuben foi filiado ao Cidadania, antigo PPS, desde sua primeira eleição, mas deixou o partido em agosto do ano passado para se juntar ao MDB. É nesta sigla que ele pretende disputar uma das 33 cadeiras da Câmara Municipal.
Sua saída do Cidadania foi motivada pelo domínio de Rafa Zimbaldi na legenda, que é um dos principais rivais do atual prefeito, Dário.
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Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada na Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.br