Após a General Motors enviar telegramas para demitir trabalhadores da fábrica de São José dos Campos, nesta quinta-feira (2), o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região criticou a dispensa e cobrou investimentos na unidade.
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“O sindicato é contra qualquer demissão. Como a maioria aderiu ao PDV aberto em dezembro, a GM já aplicou a reestruturação pretendida. Esses postos de trabalho que ela está fechando agora poderiam, sim, ser mantidos”, disse Weller Gonçalves, presidente do sindicato.
Segundo ele, as demissões anunciadas pela GM estão “na contramão do anúncio de novos investimentos feito recentemente pela montadora”. Em 24 de janeiro deste ano, a GM anunciou investimento de R$ 7 bilhões até 2028 nas fábricas no Brasil, mas sem detalhar o plano de aplicação dos recursos.
“Assim que ela anunciou os investimentos, pedimos uma reunião e eles disseram que não sabem para qual unidade virá [o recurso]. Vamos solicitar que venha para São José”, afirmou Gonçalves.
Segundo o sindicato, os trabalhadores que estão sendo demitidos estavam em licença remunerada. A entidade estima que sejam desligados cerca de 50 funcionários.
O envio de telegramas ocorre um dia antes do fim do período de estabilidade no emprego, previsto no acordo assinado pela GM e aprovado em assembleia dos metalúrgicos, em novembro de 2023.
O acordo foi aprovado após 17 dias de greve contra 1.244 demissões realizadas pela GM nas fábricas de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes – 830 apenas em São José.
As demissões foram barradas pela Justiça e substituídas pela abertura de um PDV (Programa de Demissão Voluntária), que obteve 696 adesões em São José.
Além disso, ainda segundo o sindicato, 140 funcionários da cidade foram colocados em licença remunerada, com estabilidade no emprego até 3 de maio de 2024. Os cortes anunciados pela GM abrangem parte desses trabalhadores.
A GM de São José dos Campos emprega cerca de 3.200 trabalhadores e produz os modelos S10 e Trailblazer.
Em nota, a GM informou que os desligamentos “fazem parte do processo de adequação do quadro de empregados anunciado em outubro de 2023, e firmado em acordo coletivo”.
“O tema foi amplamente discutido, inclusive com a oferta de um plano de demissão voluntária. A medida foi necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro”, completou a montadora.