01 de dezembro de 2024
ARTIGO

Ayrton Senna, eterno!

Por Georges Salim Assaad Junior, advogado | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução / PlanetF1
Ayrton Senna

Dia 1º. de maio é internacionalmente comemorado o Dia do Trabalho ou o Dia do Trabalhador. Feriado no Brasil, um dia para os trabalhadores (todos nós) descansarmos e refletirmos nossas ações.

“Escolhe um trabalho de que gostes e não terá que trabalhar nem um dia na tua vida”. Esta é uma das frases mais conhecidas de Confúcio, filósofo chinês, que viveu há quase 2.500 atrás, e será eternamente lembrado pela sua obra.

Afortunados aqueles que conseguem colocar em prática o ensinamento, e, alguns eu conheço. Advogados, juízes, professores, servidores públicos, motoristas, agricultores, pessoas comuns, que praticam os seus respectivos labores como se fossem momentos de laser. Acabam tendo prazer, produzindo ainda mais do que seus colegas, e, consequentemente se destacam.

Ayrton Senna da Silva, para mim, um dos maiores exemplos de trabalhadores apaixonados pelo seu mister que conheci. Nunca trabalhou. Transmitia o seu amor pelos carros de corrida e pelas competições a todo instante. Descobriu muito cedo, aos quatro anos de idade, que as suas aptidões e habilidades para guiar eram natas e nelas se realizava.

Teve a grande sorte de ser fruto de uma bela família, bem estruturada, que proporcionou a ele dar continuidade aos seus sonhos, e o restante todos sabem...

Espíritas acreditam que ele é a reencarnação de outro brasileiro, que também muito orgulho nos dá, Alberto Santos Dumont. Outros, céticos, que ele foi apenas um piloto. Há os que creem que ele é o maior piloto de todos os tempos. Para outros tantos, um herói. Não só pelo que fez nas pistas mundo afora, mas pelo legado.

Viviane Senna, irmã de Ayrton, materializou, pouco depois do fatídico 1º. de maio de 1994, o desejo do piloto, exposto 1 mês antes, que anonimamente já contribuía e muito, financiando, a educação de milhares de crianças e jovens nos rincões do nosso país. O Instituto Ayrton Senna, passados quase 30 trinta anos computa mais de 3 milhões e meio de alunos beneficiados.

Cada curva bem torneada, toda reta em aceleração total, os seus adversários nas pistas, nós torcedores, praticamente familiares de Senna, sentimos a sua falta há 3 décadas. Nos lembramos dos momentos fantásticos proporcionados, pela sua inteligência emocional, genialidade, talento, garra, determinação, obstinação pela perfeição.

Mas ao mesmo tempo, diante destas circunstâncias, de um jovem realizado, rico, em busca de recordes, e do ingresso nos livros de História, somos alertados, pela finitude desta vida material.  Foram apenas 34 anos!

O Grande Prêmio de San Marino, em Ímola, Itália, na Curva Tamburello, a bordo de uma Willliams que recebeu um “ajuste técnico” - a popular “gambiarra” - na barra de direção do carro, que os sonhos de Ayrton Senna (e os nossos) se dissiparam num choque a mais de 300 Km/h.

Assim como a curva, que até então era palco de acelerações constantes dos pilotos, com os pés direitos cravados nos aceleradores, e, que no ano seguinte foi transformadas em “chicane”, para reduzir a velocidade de quem por lá passa, nossas vidas ficaram mais lentas. De certa forma, perderam a graça.

Dizem que as pessoas só morrem, quando não há mais quem se lembrem delas. Ayrton Senna sempre viverá, porque será sempre lembrado por todos aqueles que tiveram a honra de assisti-lo em seus espetáculos.

Senna e Confúcio continuarão a ensinar gerações!

Mais do que um piloto, paulista, brasileiro, foi e continuará sendo nosso herói. Um ser com poderes que nos fazem refletir sobre sua humanidade, tamanha a extensão do legado!!!

Vruuuuuuuuuuuuuuuuum...