27 de julho de 2024
ENTREVISTA OVALE

Felicio dá nota 8,5 para Tarcísio e Anderson, e nota 3 para Lula

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 6 min
Daniele Souza / OVALE
Felicio conversa com OVALE

Em entrevista exclusiva a OVALE, o vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth (PSD), avaliou os governos de Anderson de Freitas (São José), Tarcísio de Freitas (São Paulo) e o governo Lula.

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Aos dois primeiros, ele deu nota 8,5 e disse que há bastante coisa para melhorar. Para Lula, o vice-governador deu nota três e afirmou que se sente numa volta ao passado, não vendo novidades no terceiro mandato do petista.

Felicio também falou o que pensa sobre saidinhas temporárias de presos, descriminalização das drogas e aborto. Confira as avaliações de Felicio.

Anderson Farias

Nota 10 claro, como não vou dar 10 pro Anderson. Não, eu vou mudar para 9 porque ele é corintiano e eu sou palmeirense (risos). Ele tem feito um grande trabalho. Na verdade, vou dar uma nota 8,3 para ele porque obviamente toda cidade precisa de melhorias, e ele sabe disso.

Agora, na capacidade dele de trabalho, no conhecimento que ele da cidade, aí não é 10, é 100. Porque ele trabalha muito mais do que eu trabalhava quando fui prefeito. Ele tem um conhecimento de cada cantinho da cidade. Então a cidade vai muito bem e a população reconhece isso.

Tarcísio de Freitas

Opa, nota 10 também. Hoje eu só estou dando nota 10, está parecendo é desfile de escola de samba. Temos feito um grande trabalho. Ele formou uma grande equipe. Tudo isso começou na campanha, depois quando ele assume o governo com o estilo técnico do governador Tarcísio, mas com a sensibilidade social que ele mostrou ter, como na questão de São Sebastião.

E também, obviamente, que a gente não poderia dar 10. Estou brincando, mas a gente tem muito por fazer ainda, mas é um início de governo bastante promissor, já com resultados para comemorar.

Falei de saúde pública, da liberação de recursos, tão importante o trabalho na segurança pública, na educação. Eu acho que está tudo dentro do que foi programado. Então, eu também dou nota 8,5 para o nosso governo, o governo do Tarcísio.

Governo Lula

Antes de dar nota eu queria fazer uma análise. Me sinto naquele filme ‘De Volta Para o Futuro’, que eles vão pro passado. Eu estou me sentindo assim. Eu vejo cada atitude do governo Lula que são atitudes do passado. Então a gente não percebe nada apontando de fato para o futuro. Isso é preocupante.

A gente percebe também por parte do próprio presidente a perda de sensibilidade. Vou dar um exemplo prático: eles achavam que iam abafar com a regulamentação do Uber, do motorista de aplicativo. O resultado foi justamente o contrário. Perderam a sensibilidade de saber que essas pessoas querem ter os seus horários de trabalho flexíveis, querem ter a meritocracia de ganhar aquilo que produziram. Então eu tenho outra linha de atuação e o governo Lula perdeu a sensibilidade para isso.

O segundo é a intervenção em empresas públicas. A imprensa, que era antes se dizia que era governista, tem também destacado esse erro de intervir na Petrobras, na Vale, essa intervenção constante do governo. Voltamos para o passado lá pro Lula 1, onde situações que deram certo eles simplesmente copiam, colam e tentam se . Só que o mundo mudou e o Lula precisa perceber isso junto com seus ministros. Aliás, o número de ministérios é recorde. Eu poderia dar uma nota três para o governo Lula.

Supremo Tribunal Federal

Olha tem que cumprir o seu papel e sua missão. É claro que não só no Supremo Tribunal Federal, a gente tem por trás os tribunais de justiça, a justiça daqui. Vocês acompanharam as minhas atuações por aqui, às vezes com uma crítica pontual à determinada decisão judicial de um juiz ou de uma juíza, enfim, de algo que acontece.

Por trás daquela caneta tem uma pessoa com suas visões, seu mapa mental, sua visão ideológica, e isso que a gente precisa lidar, por isso que a gente precisa ter o cuidado. Eu acho que foi um avanço o fim das decisões monocráticas, eu acho positivo, porque aí você passa a ter avaliação por mais pessoas. Então acho que nós temos que aprimorar também o sistema judiciário para garantir que esses vieses não sejam a principal causa de uma decisão. Mas não tenho nenhum caso pessoal e particular em relação à nota. Prefiro não dar a nota.

Jair Bolsonaro

Vamos falar da última manifestação. Do ponto de vista jurídico, essa manifestação pouco ajudou. Eu acho que o caminho jurídico continua seguindo. Apesar de que a gente viu defesas em relação às ações, mas do ponto de vista jurídico acho que pouco ajudou. Mais do ponto de vista político, acho que deu um recado claro pro Brasil, e principalmente para os políticos da oposição, de Bolsonaro é uma grande liderança de direita.

Ele teve o mérito de tirar a direita do armário. A gente tinha muita gente de direita que não se reconhecia como direita, e eu na campanha tive a oportunidade inclusive de ver, de visitar alguns eventos com o ex-presidente Bolsonaro. Vi pessoas de idade às vezes em cadeira de rodas, com seu cachorrinho, senhoras querendo mostrar aquilo que acredita, querendo falar o que acredita.

Então, de fato, houve uma mudança no país depois que o Bolsonaro foi eleito e ao longo dos quatro anos. Hoje ele é uma liderança política e a manifestação mostrou que será fortíssima no cenário eleitoral, não só municipal, mas também das próximas eleições.

No município, às vezes a realidade é focada para os problemas do município e a liderança política, às vezes nem partido político, é muito levado em consideração pelo eleitor, mas numa próxima eleição para governadores, para Presidente da República, pro Senado, eu tenho certeza que ele vai ter um papel tão mais importante daquele que teve no momento em que era Presidente da República.

Também acho que ficou claro que se caso ele venha a ter uma decisão contrária e acabar sendo preso, ele não vai perder um voto por conta disso. Muito pelo contrário. É capaz até de ganhar votos. Se percebe que estão forçando muito a barra para isso acontecer. A liderança política dele ficou muito clara na última manifestação e pelas viagens que ele tem feito agora no Brasil.

A FAVOR OU CONTRA:


Saidinha dos presos?

Totalmente contra. Aliás, nosso secretário assumiu como deputado federal e somos totalmente contra a saída temporária. Falam que só 5% não voltam depois da saidinha. Mas 5% no Estado de São Paulo significam 5.000 criminosos nas ruas, que deixam de retornar para as cadeias.

Então isso é um número monstruoso. Na minha opinião e para a sociedade, a gente deve acabar com as saidinhas. Se Congresso aprovar [o fim da saidinha] e o governo Lula vetar, vai ser mais um movimento de distanciamento do governo com a sociedade.

Legalização do aborto?

O aborto já é legalizado para determinadas condições eu sou a favor que se permaneça como está.

Descriminalização das drogas?

Sou contra a descriminalização das drogas. Tenho trabalhado de perto com essa questão, até porque existe aí uma diferença questionada de quem usa e de quem comercializa. Se tem alguém usando tem que ter alguém comercializando para que acabe nas mãos daquele usuário. Então, sou a favor da criminalização, sim. E que permaneça um crime do jeito que está.