Ao contrário do Capivara Neon, o Bloco do Brabuleta, da zona sul, não conseguiu liberação da Prefeitura de São José dos Campos e nem da Justiça para desfilar no Carnaval. A saída estava prevista para terça-feira (13), às 13h, da praça Mário Porto, no Jardim Satélite.
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Fundado em 2014 e com marchinhas autorais, o Brabuleta recebeu este nome em homenagem ao músico e compositor joseense Marcus Flexa, que morreu em 2013.
"Em 2023, depois que a gente foi embora, o 'fluxo' continuou na praça (Hermenegildo R. Caninhanha Filho), 10h da noite e ainda não parava de chegar gente e teve confusão. A gente nunca saiu com mais de mil pessoas; não temos culpa do 'fluxo' após o cortejo, numa cidade que não tem nada para fazer numa terça de Carnaval", disse o coordenador e um dos fundadores do bloco, Mauro Cursino, de 62 anos.
PREPARATIVOS AO LONGO DO ANO
"Neste ano, a gente ensaiou enredo, uma marchinha maravilhosa, os ensaios foram muito animados, com os moradores que acompanham a gente, que já compraram as fantasias das crianças, os albadás. Na quinta-feira (1º), a prefeitura mandou e-mail dizendo que não autorizava sair", contou Cursino.
"A gente queria conversar, procuramos a Comissão de Eventos, propusemos sair de outro lugar, desfilar das 14h às 17h, fazer três horas de folia, mas eles sequer negociaram, sequer conversaram. Na quarta-feira (7), entramos com mandato, mas o juiz negou, não foi o que autorizou o Capivara Neon. O Departamento de Posturas intimidou, disse que se fizer (desfile), vai apreender os equipamentos", acrescentou o coordenador.
Questionado sobre a esperança de serem liberados no último minuto, Cursino não foi otimista. "Estamos vendo se é possível ainda, mas (as repartições públicas) já estão fechando tudo, Defensoria... Muito difícil a gente conseguir alvará. E mesmo que consiga, tem os prejuízos. Já tínhamos pago o caminhão de som, alguns equipamentos. A solução era a prefeitura autorizar de última hora", lamentou Cursino.
PREFEITO FALA SOBRE O VETO DE BLOCOS
Em live transmitida via Instagram na última quinta (8), o prefeito Anderson Farias (PSD) falou sobre o problema.
"Aqui são mais de 50 reclamações feitas sobre o Carnaval dos grupos, de perturbação do cidadão de bem, foi isso que esses blocos fizeram. Eu não recebi reclamação do Galinha d'Angola, da Via Oeste, não recebi reclamação do Pirô Piraquara. Quando dá a hora as pessoas se dispersam, são pessoas de família, vão embora, não deixam lixo na rua, não vêm quebrando lixeira, não vêm deprendando o patrimônio público".
Então, Farias mostrou no celular fotos de ruas cheias de resíduos abandonados nas ruas após os festejos.
O QUE A PREFEITURA ALEGA
No e-mail enviado à organização do Bloco do Brabuleta, a Administração informou que não há autorização e licenciamento junto à prefeitura; que há histórico de desrespeito aos horários estabelecidos para término nos anos anteriores, bem como registro de 'fluxo' após o fim do bloco e de depredação de patrimônios públicos e privados.
"O Departamento de Fiscalização de Posturas Municipais adverte ainda que o descumprimento desta determinação sujeitará a multas e/ou apreensões de mercadorias e as demais penalidades...", diz o documento.