Acabou a angústia.
O gerente de produção Radovan Lipovsky, 51 anos, foi encontrado na madrugada desta quinta-feira (8) perto da praia do Itaguá, na região central de Ubatuba. Ele aparentava desorientação e estava bastante queimado de sol, mas sem ferimentos ou traumas aparentes.
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Natural da Eslováquia e vivendo no Brasil há 16 anos, Radovan saiu para pedalar na última segunda-feira (5), por volta das 7h, e não voltou mais para casa. Ele mora com a mulher e os filhos em Taubaté.
Quem o encontrou em Ubatuba foi a esposa Adriana Lima, 41 anos, que é professora. Ela havia registrado boletim de ocorrência tão logo o marido desapareceu e vinha empenhando uma verdadeira “caçada” por Radovan, contando com informações de moradores da região.
Foram essas dicas que a direcionaram para Ubatuba. Adriana conta que recebeu a ligação da proprietária de uma pousada dizendo que Radovan havia passado por ali, embora não tenha se hospedado.
Com base nessas informações, ela conseguiu localizá-lo no Itaguá, por volta de 1h30 desta madrugada. Segundo a mulher, ele estava sentando num banco perto da praia com a bicicleta ao lado. O casal foi procurar a Polícia Civil, para relatar o encontro do desaparecido, e depois foi comer. Os dois chegaram em casa por volta de 4h30 desta quinta.
“Ele está muito cansado e estressado por tudo o que aconteceu. Também está bem queimado, porque a pele dele é muito branca, mas não está ferido e nem tem algum trauma. Mas já marcamos uma consulta médica”, disse Adriana.
'PIORES DIAS DA VIDA'.
Segundo ela, os dias em que o marido esteve desaparecido “foram os piores” da vida da professora, que tem um casal de filhos com Radovan. O menino é adolescente e ajudou a mãe nas buscas.
“Meu marido saiu para pedalar e preparou a bolsa para uma pedalada mais longa, mas não levou a carteira e nem documentos, apenas R$ 100 em dinheiro. Ele foi pegando sentido Ubatuba e teve uns problemas com a bicicleta, como um pedal quebrado”, contou Adriana.
“Acabou pegando uma carona para descer a serra e se perdeu em Ubatuba, ficou bem desorientado. Ele também perdeu o celular no caminho e não conseguiu entrar em contato com a gente”, disse a esposa. Em Ubatuba, ainda segundo a mulher, Radovan usou o dinheiro para se alimentar e se hospedar.
“O caso dele não foi por depressão, mas acredito que foi desorientação mesmo, ao longo do caminho. Ele mudou o destino no meio do trajeto e foi ficando [desorientado], perdeu o sentido de como voltar para casa. Ele perdeu o celular e ficou sem conseguir retornar.”
FÉ EM DEUS.
Após quatro dias de angústia e medo, Adriana disse que a fé em Deus a manteve firme no propósito de encontrar o marido, mesmo com o risco de nunca mais vê-lo com vida.
“Esses foram os piores dias da minha vida. Eu não sabia que tinha capacidade para passar por uma situação dessas. Foi Deus quem me manteve em pé e seguindo em frente. Tive muita dificuldade em lidar com toda essa situação, porque nunca passei por isso, mas Deus me sustentou”, disse Adriana.
Ela contou que ficou “muito triste e angustiada” desde o primeiro dia do desaparecimento, ouvindo “muito o que cada um achava”. Já no segundo dia, ela resolveu focar na busca e procurar ajuda das autoridades. “Tive sucesso e voltamos para casa”.
Ela faz questão de agradecer às mensagens de apoio e com informações que recebeu de pessoas de Ubatuba, como moradores, policiais e funcionários da saúde.
“Tenho um agradecimento especial à união do povo de Ubatuba, que deu uma resposta muito rápida. Recebi muito apoio de Ubatuba, de policiais, pessoas da saúde, que mandaram mensagens de apoio e se colocando à disposição para ajudar. As informações formam muito úteis e levaram a encontrar o meu marido”, completou.