Foi divulgado o resultado das contas públicas no ano de 2023. E adivinha? Tivemos um senhor déficit. Isso significa que foi gasto um valor superior à arrecadação da União neste período. Análogo à sua economia caseira, o governo gastou mais do que seu “salário” para manter a casa arrumada. Diante de uma informação como essa, nos tempos que vivemos, surgem explicações de todos os lados e, o pior de tudo, com todas as tendências e vieses.
Eu percebo uma grande preocupação das pessoas, ao discutir assuntos relevantes como este, em estarem “certas”. Entre aspas, pois não existe verdade sem fatos e estes, os fatos, quase sempre são adaptados à versão que a pessoa tenta sustentar, buscando uma reafirmação de suas crenças. Fatos e crenças quase sempre não combinam.
O lado A (que apoia Joãozinho) dirá que o desencontro das contas públicas foi justificado ou injustificado por fatores x, y, z. O lado B (que apoia o Zézinho) tentará invalidar o que o lado A disse (independente do que foi dito), e vice-versa. Isso é um desserviço à população, que será manobrada inconscientemente para essa disputa bipolar “do bem contra o mal”.
O fato é que, no bolso do trabalhador brasileiro, empregado ou empregador, honesto e pagador de impostos, essa conta será sentida mais cedo ou mais tarde. Toda vez que o governo de qualquer nação se vê sem dinheiro, ele pode buscar mais dinheiro de algumas formas, sendo as principais: impressão de papel moeda, aumento da dívida interna (emissão de títulos do tesouro nacional) ou aumento da carga tributária.
De uma forma ou de outra, o bolso de todo brasileiro será impactado pela INFLAÇÃO. Este, que é o assunto que realmente importa e preocupa, é abordado em escala irrisória nas mídias e rodas de conversa. Você precisa ler uma informação como essa sobre o déficit fiscal e substituir argumentos de “bem contra o mal” para perguntas do tipo: “como posso manter meu poder de compra?”. Porque a conta será paga por mim, por você, por todos nós, uma hora ou outra.