O silêncio foi a forma encontrada pela família do universitário Leonardo de Prado Moreno, 22 anos, de São José dos Campos, para marcar um ano da morte do rapaz, que foi encontrado morto em 21 de janeiro de 2023.
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Ao invés de postagens em redes sociais ou qualquer tipo de homenagem pública, a família preferiu a discrição para vivenciar o luto internamente, longe dos holofotes.
A dor é a mesma, mas pode ser digerida com lágrimas intimistas e reconfortantes, entre pessoas queridas. O amor é familiar.
Procurada pela reportagem para conversar sobre um ano da morte de Leonardo, a mãe dele pediu para não comentar o assunto. Ela agradeceu a lembrança e disse que prefere não tocar no tema, cujas cicatrizes ainda estão sendo fechadas.
“O luto tem cinco fases, começando pela negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. É preciso vivenciar cada uma delas para se superar a perda traumática de alguém querido”, disse a psicóloga Luciana Maciel, especialista em luto.
Segundo ela, datas como aniversário de nascimento e de morte do familiar que morreu costumam ser dolorosas para os parentes, especialmente pais e irmãos. A dor é ainda mais relevante se a morte ocorreu de forma trágica ou traumática.
“Só quem passou pelo luto sabe como é difícil superar a perda de alguém querido. Se for um caso de morte que não seja natural, é ainda mais desafiador”, afirmou.
ENTENDA O CASO
Aluno de uma faculdade em Belo Horizonte (MG), Leonardo foi visto pela última vez na casa da família, na Vila Sinhá, zona norte de São José dos Campos, em 23 de dezembro de 2022.
Ele veio de Minas para passar o Natal com a família em São José, saiu da residência com a roupa do corpo e não voltou mais. Os pais disseram que ele tinha depressão e havia deixado os remédios e o celular em casa antes de sumir.
A Polícia Civil passou a investigar o caso. O computador do estudante foi analisado e, segundo os investigadores, Leonardo havia feito buscas relacionadas a suicídio antes de desaparecer. A mãe também disse que ele havia terminado um relacionamento recente e que havia descoberto uma traição um dia antes de desaparecer.
O estudante foi visto pela última vez no Parque da Cidade, na zona norte de São José. Ele foi captado por imagens de câmeras de segurança entrando pela portaria do parque, depois de usar um carro de aplicativo.
O corpo de Leonardo foi encontrado em avançado estado de decomposição no Parque da Cidade, em 21 de janeiro de 2023. O corpo foi reconhecido pela família.
Dias depois, em 9 de fevereiro, o corpo do estudante foi sepultado em São José no cemitério Maria Peregrina, no bairro de Santana.
Na véspera, a Polícia Civil confirmou que o corpo encontrado no Parque da Cidade era do universitário. A identificação foi feita por meio da equipe de odontologia forense, que analisou a arcada dentária do cadáver.
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