A joseense Helena Tau Neri Lima, de 10 anos, é a mais jovem entre os seis vencedores do 1º Torneio Brasileiro de Arquearia Montada, realizado em 9 e 10 de dezembro, em Bragança Paulista. Guilherme Kato, de 15 anos, também de São José, venceu a competição em 1º lugar.
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O total de participantes, divididos nas categorias Iniciante, Intermediária e Avançada, foi de 27. A vitória é motivo de orgulho não só para a família, como para o próprio esporte no Brasil, onde é praticado desde 2006.
Como é a arquearia montada
Trata-se duma técnica na qual um arqueiro, montado num cavalo, é capaz de disparar tiros de flecha. Passando por muitos alvos, a velocidade pode chegar até 55km/h, com ângulo e distância constantemente alterados para o alvo.
Há relatos históricos da arquearia montada desde a antiguidade, que era utilizada para caça, guerra e na proteção dos rebanhos.
1º torneio do Brasil
Os atletas iniciantes, grupo do qual Helena faz parte, competiram na pista Húngara. As demais categorias competiram nas pistas Húngara, Coreana e no Tiro Qabac. Cada uma delas tem uma disposição diferente, com tempo máximo de percurso e pontuação diferentes, segundo explicou Thalita Froes, de 36 anos, professora de arquearia montada.
Helena é a praticante mais jovem de São José dos Campos e tem potencial para outras conquistas. "Com certeza. Na primeira participação dela em um torneio, com apenas três meses de prática, conquistou o 6º lugar entre 16", comentou a professora.
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Rotina de treinos
Helena já praticava hipismo, e começou arquearia montada em outubro desde ano. Ela treina de uma a duas vezes na semana; de uma a três horas. Ela vai passar a treinar diariamente em casa, com seu próprio cavalo, com o qual está familiarizada desde os quatro anos. O mangalarga tem 11 anos.
A estudante, que inicia o 6º ano do Ensino Fundamental II em 2024, se adaptou tão bem que nem cair do cavalo, literalmente, a faz desistir. “Eu adoro a conexão com os cavalos, me sinto poderosa. Quero crescer dentro do esporte e representar minha cidade junto com a minha escola de arquearia montada nos campeonatos aqui no Brasil", disse a jovem arqueira-amazona a OVALE.
Os cavalos da arquearia não usam embocadura, o que os deixa mais confortáveis e evita dores. A menina considerou o bem-estar dos animais ao escolher o esporte.
A família atribui a "habilidade nata com arco e flechas" à ascendência indígena de Helena. "Parece vir de sua ancestralidade. Foi muito natural para ela usá-los. Parece que nasceu usando arco e flechas", disse a mãe e incentivadora, Bruna Tau, de 38 anos.
O esporte no Brasil
Com o crescimento do esporte no Brasil, iniciado e 2006, em março deste ano, a professora Thalita e outros praticantes montaram a AMB (Associação Brasileira de Arquearia Montada), com objetivo de regulamentar e trazer o padrão internacional do esporte ao país.
"Com isso, vieram também os torneios. Além do 1º Torneio Brasileiro, tivemos também um Encontro Nacional e o Primeiro Torneio Paulista. Em 2024, pretendemos trazer uma etapa do paulista para São José, entre agosto e setembro", disse Froes.
O esporte ainda não foi incluído nas Olimpíadas, "mas, com certeza, é um sonho e um desejo da nossa associação".
AMB no Brasil
A AMB foi criada para estimular o crescimento do esporte no Brasil, "seguindo os altos padrões internacionais, e garantindo que seja praticado de forma correta, segura e respeitosa com os atletas e cavalos", explicou a professora.
Ela também disse que o esporte não é praticado em time. "Estamos buscando patrocínio para, no ano que vem, levarmos um dos nossos atletas para o mundial, no Canadá ou na Europa".
No Brasil, há 12 polos de prática. Cada aula pode custar R$180, em média, em São José.