24 de dezembro de 2025
PRISÃO

Médico do RS suspeito de morte de 42 pacientes é preso no Vale

Por Da redação | Caçapava
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/Polícia Civil
A Polícia Civil de novo Hamburgo pediu apoio à de São José dos Campos

A Polícia Civil prendeu o médico João Batista do Couto Neto, de 46 anos, suspeito de matar 42 pacientes e causar sequelas em outros 114 em Novo Hamburgo, região metropolitana de Porto Alegre. Ele foi preso nesta tarde de quinta-feira (14), enquanto atendia num hospital de Caçapava, no Vale do Paraíba.

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Neto era procurado pela Justiça gaúcha. A Polícia Civil de novo Hamburgo pediu apoio à de São José dos Campos, que recebeu a informação de que o procurado atendia num hospital de Caçapava. Sua prisão preventiva foi decretada após ser indiciado por homicídio doloso -- quando há intenção de matar, no fim de novembro.

Segundo a Polícia Civil, ele foi preso enquanto atendia na instituição. Couto é suspeito de ter causado a morte de 42 pacientes devido a procedimentos cirúrgicos e provocado lesões em outros 114. Pacientes e pessoas que trabalharam com ele relataram excesso de cirurgias por dia -- ele chegou a fazer 30 numa única manhã --, procedimentos desnecessários e diagnóstico de câncer raro falso.

Segundo o G1, em dezembro de 2022, ele foi alvo de mandados de busca e apreensão no hospital em que atuava em Novo Hamburgo, e no apartamento em que vivia naquela cidade. À época, a suspeita é de que ele estava envolvido na morte de cinco pacientes e nas sequelas de outros nove.

Relatos assustadores
Um paciente de 52 anos relatou ao g1 que um desconforto no umbigo o levou ao consultório de João Couto Neto num hospital de Novo Hamburgo. O tratamento de hérnia umbilical foi acrescido da retirada de pedra na vesícula. Liberado no mesmo dia para se recuperar em casa, o paciente disse que foi um dos piores momentos da sua vida. "Eu passei muito mal, uns dois dias, muito mal. Era vômito, vômito. Dor, muita dor. Dor que eu não desejo pra ninguém", afirma.

Ele voltou ao hospital e foi submetido a uma nova cirurgia pelo médico. A companheira do paciente desconfiou da justificativa dada por Couto, que sugeriu que um palito de dente engolido poderia ter causado a lesão.

"Me perguntou se ele tinha o hábito de mastigar palito de dente, que ele poderia ter engolido um palito e ter furado. Eu disse que ele não tinha esse hábito", conta. Foi então que o casal decidiu mudar de médico e de hospital.

Diagnóstico falso
A motorista Simone Campos contou que foi operada há 11 anos pelo médico para retirar um nódulo no intestino.

"Retirou do meu intestino, segundo ele me falou quando eu voltei da anestesia, 10 centímetros para cima do nódulo e 10 centímetros para baixo do nódulo do meu intestino, pois eu teria um câncer muito raro que ele não saberia como tratar". A biópsia constatou que a paciente não tinha câncer nenhum.

"Veio como endometriose. Então, não tinha nenhum tipo de câncer, nenhum problema do meu intestino", relatou.