22 de dezembro de 2025
DRAMA

‘Deus trouxe meu filho de volta, e foi maravilhoso’, diz Sheila sobre João Henrique

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 16 min
Divulgação
Sheila Ferreira e João Henrique

Sheila Ferreira entrou na UTI no hospital em Dublin no domingo (29 de outubro), um dia após o acidente que causou a amputação de parte da perna do filho João Henrique Thomaz Ferreira, 23 anos.

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Ela pediu aos médicos para abraçar João. Chorou, e começou a falar no ouvido do filho, que estava em coma induzido e corria o risco de morrer: “Volta para mim, não me deixe de jeito nenhum”.

Na segunda, ela encontrou João acordado pela primeira vez, e o mistério se revelou: “O João disse que ouviu a minha voz. Aquilo foi o que mais me tocou”.

Para Sheila, o drama do filho se divide em duas lutas e ambas exigem fé e coragem. “Deus trouxe meu filho de volta, e foi maravilhoso”, diz ela sobre a sobrevivência e a recuperação de João.

A segunda é por justiça, e Sheila promete ir às últimas consequências: “Sou briguenta e a Irlanda que me espere”.

Confira a entrevista exclusiva de OVALE com a ‘mãe do João’, como ela é conhecida na Irlanda.

Como está João Henrique?

Ele está bem dentro da possibilidade um mês após o acidente. Ele depende de morfina para dor, não fechou todos os cortes e fará mais procedimentos para tirar os drenos. Eles estão tirando os líquidos da perna antes de fechar, para tirar o inchaço. Reduziu bastante o inchaço da perna dele. Fecharam as duas laterais e um pedaço de pele sintética foi colocado na lateral e no joelho, porque sobrou uma rótula e o fêmur.

Clinicamente, ele evolui bem e o quadro está bom. Se na próxima semana eles conseguirem fechar melhor ou até fechar tudo [na perna], talvez ele receba alta para ir para casa, para fazer a cicatrização antes de começar a fisioterapia e colocar a prótese.

É um processo demorado. Eles calculam de um mês a um mês e meio no hospital, de duas a três semanas de cicatrização para começar a fisioterapia. Tem que reaprender a andar e depois mais seis a oito semanas de fisioterapia, reabilitação e a prótese.

Ele fará a recuperação na Irlanda?

Vamos ficar aqui na Irlanda para ele recuperar bem antes de voltar. Não dá para tirá-lo daqui agora, no meio do tratamento. Os médicos daqui é que têm que finalizar. Vamos ficar até que ele esteja bem, com a prótese, e aí podemos ir embora. É muito arriscado tirá-lo no meio do processo, porque se der algum problema vai ser mais difícil de alguém se responsabilizar se metade do tratamento for feito num lugar e metade em outro.

Como avalia o tratamento médico que ele está recebendo?

Da parte médica não temos do que reclamar. A médica [Bridget Egan] é muito capaz e bem formada, muito experiente. Ela é a médica sênior da traumatologia. Quando houve o acidente, ela estava de férias e a equipe fez os primeiros socorros e aguardou que ela voltasse e desse o parecer sobre os cuidados com o João.

Ela decidiu não amputar mais, pois poderia ter amputado mais quatro vezes a perna do João. Ela manteve a rótula e o fêmur e a prótese será mais fácil de colocar com outras tecnologias, o que ajudará a fazer atividade física.

A ideia de colocar esses drenos – e eles trocam drenos uma vez por semana –, a perna fica num ponto melhor para receber uma prótese mais adequada para o estilo de vida dele. É ruim agora, mas é melhor para frente. Está dando resultado e está chegando ao fim. João é muito firme. A equipe médica é muito boa.

Saindo do hospital, onde ele deve fazer o tratamento?

A tendência é que vá para a Clínica Nacional de Fisioterapia depois do processo de cicatrização em casa. Trata-se de um centro nacional muito recomendando, num bairro próximo e que é referência nacional para todo tipo de trauma de amputação. É para lá que ele vai depois de fechar os pontos e quando estiver pronto para começar a fisioterapia e a reabilitação.

Tem que fazer bem para não ter problema lá na frente. Garantia do serviço feito. Todo o prontuário médico está completo aqui. Ficaria complicado de levá-lo para o Brasil no meio do caminho e ficar metade em cada lado.

Como está o João com relação à cabeça?

Graças a Deus em relação ao acidente ele está conformado. Ele lembra com clareza do que aconteceu. Particularmente, ele aceitou bem a parte clínica e que vai ter uma vida praticamente normal com a prótese. O processo doloroso é agora e depois normaliza.

O que ele fica bravo é com relação ao sentido de justiça quanto ao cara que fez isso. Ele é um investigador de polícia e anda com carro descaracterizado e que pode andar armado, pois a Garda não anda armada.

O que pensa sobre a atitude do o policial?

É muito chato que o cara foi pego pelos outros policiais, foi conduzido, pediu licença médica e está afastado, podendo ficar fora por até um ano. Infelizmente, o imigrante é considerado de escanteio aqui, não tem muita força. A Embaixada tem que mostrar força e estou tentando isso para que eles cobrem.

Você acompanha as investigações?

Estou indo na Garda pedir explicações, mas já falaram que pode levar um ano e meio. Eles não querem levar a Garda para a Corte. O que os assusta é a mídia negativa. Toda mídia negativa prejudica a imagem da Irlanda junto à União Europeia, e eles prezam isso de ser um país seguro, que atrai mais investimentos.

E se isso for sinônimo de não segurança, perdem pontos na União Europeia. Por isso, querem abafar o caso. Essa é a nossa luta. Se deixar como todos os outros casos de brasileiros que sofreram, vai ser mais um que eles abafam. Oferecem indenização. Eu quero que o policial vá para a Corte e pague pelo o que ele fez. Isso é o justo. Se fosse meu filho que tivesse feito isso com o Garda, ele estaria preso. Não teria direito a licença médica. Eles estão protegendo o cara.

Ninguém falou com vocês sobre os motivos de o policial ter feito o que fez?

A Gsoc [corregedoria da Garda] nos chamou e falou que estavam conduzindo a investigação. Disseram que fizeram exame toxicológico e perícia no carro, e que não havia defeito mecânico no veículo e o policial não estava sob efeito de tóxico, pois há uma fama de usar álcool. O álcool é muito incentivado aqui.

Vamos acreditar que não estava sob efeito de tóxico e que estava lúcido quando jogou o carro para cima do meu filho. Se João não tentasse pular o guard rail, ele teria pegado as duas pernas e teria matado meu filho.

Então, ele desce do carro com luvas cirúrgicas, fica gritando que foi acidente e não fez nada. Um motoqueiro tirou a balaclava, fez torniquete com ela e a colocou na perna do meu filho, porque o sangue jorrava. O policial é completamente despreparado, mas teve treinamento e a Irlanda investiu nele.

Ele não prestou socorro. Ele tirou o kit de primeiros socorros e deu para os meninos fazerem o socorro no João. Foi o torniquete que salvou a vida do meu filho. O cara [policial] foi uma sucessão de erros. O vídeo mostra claramente o que ele fez e isso está sendo investigado como lesão corporal e direção perigosa. Mas tem que saber se houve dolo. Não prestar socorro é um agravante.

E a postura do governo da Irlanda?

Quando levar a júri, isso pode agravar e o governo da Irlanda está tentando encobrir e deixar o processo lento para a gente voltar para o Brasil. Essa é a atitude com os brasileiros. Empurram com a barriga até a pessoa não aguentar mais esperar. Mas comigo vai ser diferente.

Vendi um apartamento em São José e vou ficar até o fim com o João. Vou alugar um apartamento aqui para ter mais acessibilidade e talvez já consiga me mudar na semana que vem. É mais fácil, ficar num plano só. Estou ficando na antiga casa dele e temos mais 15 dias de estadia, mas já entregamos e vou me mudar para o apartamento.

E como está a cabeça da Sheila?

Aí é difícil. É um misto de emoções. Você tem vontade de pegar no colo e voltar para casa e, ao mesmo tempo, sabe que precisa dos cuidados do hospital. Mãe quer cuidar de perto. Por mim, ficaria o tempo todo ao lado dele, mas não pode. Fazer a comida que ele gosta, deixá-lo forte. Mãe é para cuidar e vou ficar aqui até vê-lo andando e de prótese.

Ao mesmo tempo, quero justiça e não vou deixar barato. Não vou fazer como os outros. Estou pronta para a batalha. Fico o tempo que for necessário. Vendo casa, faço rifa e vendo marmita, mas fico aqui. Não é justo e tem que aprender que tem que respeitar as pessoas.

Os imigrantes vêm para cá com o sonho de ganhar dinheiro e voltar melhor. Eles se sujeitam a subempregos. Meu filho entregou quatro anos com a bicicleta e só no último ano pegou a moto. Os irlandeses não querem mais fazer esse tipo de trabalho.

Temos relações comerciais entre Brasil e Irlanda. Há mais de 100 mil brasileiros aqui. Dublin tem cerca de 550 mil habitantes (fora a região metropolitana) e há 100 mil brasileiros. Espero que eu seja a última mãe que tenha que lidar com o descaso deles.

Olhar o filho no hospital e pensar que o policial está em casa, no conforto. Eles têm que mostrar respeito à lei, à justiça. Se a lei serve para meu filho, tem que servir para o guarda. Se meu filho fizesse esse ato, estaria preso, mas isso tem que servir para o guarda também.

Há interesse da imprensa irlandesa pelo caso?

No começo, o interesse da imprensa na Irlanda era maior, mas depois dos atentados, o foco mudou. Quebraram tudo, saquearam lojas e tem gangues, que são pessoas que vivem com subsídio do governo, todos os incentivos, e isso passa de pai para filho, uma geração pendurada no governo. Não trabalham. Os mais jovens, essas gangues, fazem esse tipo de arruaça e a Garda não faz nada.

Como tem sido a sua rotina?

Eu amo cozinhar. Estou na casa que meu filho morava com a minha nora e ando com ela a maior parte do tempo. Ela me ajuda com o inglês. A gente almoça junto e tenho uma rotina normal de dona de casa. Nas últimas duas semanas, ficamos procurando apartamento para mudar. Aqui é chato para a locação, ainda mais vindo do Brasil. Eles são bem exigentes e o advogado nos ajudou bastante. A Embaixada deu carta de referência sobre o motivo de eu precisar do apartamento, e agora resolveu.

O novo local é de mais fácil acesso e mais perto do hospital. Também tive que aprender a dirigir na mão inglesa, que é o contrário da nossa. Tive que aprender porque vou ter que levá-lo para o centro de reabilitação. Na segunda também vou começar um curso de inglês.

Você ‘congelou’ a mãe em São José ou acompanha a vida aqui também?

Minha sogra está com a minha filha mais nova. A mais velha mora fora de casa. Tento me dividir e conversamos o tempo todo pelo Whatsapp. Tento acompanhar o que acontece em casa, com o Anderson [Farias], com o Fundo Social de Solidariedade de São José. Daqui fico trabalhando com a equipe, tem que trabalhar e dar conta de tudo. Tem que fazer de tudo um pouco. E vamos dando um jeito, por telefone ou do jeito que der.

Você tem tido apoio de brasileiros em Dublin?

Tem vindo muita gente fazer oração comigo, a União dos Católicos, frei Severino Pinheiro [Comunidade Brasileira Católicos em Dublin]. Eles fazem novenas, terços. Amigos do João dando muita força, até com a língua inglesa. Buscar e comprar coisas, todos têm ajudado bastante.

A maioria das pessoas que me vê na rua e reconhece me pergunta do João. Todos têm um carinho muito grande pelo João. Ele sempre procurou ajudar os que chegavam. Ele conhecia os entregadores na rua e o grupo é unido. Hoje eles me conhecem como mãe do João, não sou a Sheila para eles, sou a mãe do João (risos).

Eles me encontram, me reconhecem no comércio. Sinto o carinho que eles criaram pela história do meu filho. Eles mandam energia e oração, e só tenho a agradecer essa força que vem do Brasil e da Irlanda. Mais força para continuar brigando. Eu sou briguenta e a Irlanda que me espere.

Como foi o momento em que você recebeu a notícia de que seu filho tinha sofrido o acidente?

Quando recebi estava com o Anderson indo almoçar. Estávamos parando na porta de um restaurante, perto da Avenida 9 de Julho [região central de São José], e nem entramos. Paramos ali fora e começamos a conversar, e descemos do carro. Bateu o desespero.

A nora nos ligou e disse que estava no hospital e que tinha acabado de chegar o resgate e que parecia que iam amputar a perna do João. Fiz contato com o doutor Danilo Stanzani [ex-secretário de Saúde de São José] e pedi para ele me ajudar, para saber o que estava acontecendo, até para autorizar a amputação.

Pedi para ele indicar alguém que pudesse nos ajudar a entender a situação. Ele indicou dois médicos amigos dele. E veio a notícia de que não tinha condição de salvar a perna do meu filho. Naquele momento chegou a foto que um dos meninos que ajudou a socorrer e fez da hora do acidente, e vi que não tinha condição de salvar a perna.

A diferença de fuso horário na Irlanda é de três horas à frente do Brasil. O João não poderia ficar muito tempo sem entrar em cirurgia, um máximo de seis horas para fazer a amputação correta.

Fomos para a nossa casa, na Vila Ema. Voltamos para casa e o Felicio [Ramuth] foi para lá e comprou a minha passagem no computador. Fui arrumando a mala com a ajuda da minha filha Duda. O Anderson teve que ir a uma agenda num condomínio. Ele foi para essa agenda quando eu estava arrumando a mala. Felício comprou a passagem.

Quando o João entrou na sala de cirurgia, o Anderson começou a chorar muito e voltou para casa. Às 17h eu estava com a passagem comprada e fui com o Marcos Zanfra, que é advogado, amigo da família e fala inglês. Ele veio comigo, porque não sei inglês. Ele foi para casa dele e viemos para o Aeroporto de Guarulhos. Pegamos o voo das 21h e nem sei o que coloquei na mala. Tinha algumas coisas para ficar e vim.

Paramos quatro horas em Amsterdã [Holanda] e cheguei no domingo (29 de outubro), às 16h30 e fui direto para o hospital. O João estava em coma induzido. Totalmente imobilizado e entubado, um milhão de coisas nele. É duro olhar a perna cortada.

Olhei no corpo dele e, graças a Deus, não havia mais nenhuma marca, só a perna mesmo. Inacreditável. Fiquei na UTI e fui embora para casa da nora. No outro dia voltamos no horário de visita.

Como foi encontrá-lo pela primeira vez?

No domingo, entrei na UTI e pedi para abraçá-lo. Chorei muito. E comecei a falar no ouvido dele para ele voltar, para voltar para mim e que ele não podia me deixar de jeito nenhum. Tinha o risco de ele morrer. Ele tinha perdido muito sangue e estava com transfusão. Havia um risco enorme de ele morrer nas primeiras 72 horas.

Eu o abracei e pedi para ele voltar. Disse que havia chegado e que iria cuidar dele. Na segunda, a enfermeira disse que ele acordou na madrugada, mesmo em coma induzido. Ele pediu para escrever e soube da perna [amputada]. Ele escreveu: ‘quero voltar para Brasil, quero minha mãe e Julia [namorada]’. E voltou a ficar em coma.

Quando falou com ele pela primeira vez?

Na segunda, só eu e a minha nora entramos na UTI. Ele acordou de novo e pediu para escrever. Ele perguntou do cachorro dele, o Max [da raça Yorkshire], que vai ser o remédio dele. Estou tentando trazer o cachorro para cá. Ele está morrendo de saudade do cachorro. Ele também perguntou da perna, pois ele sabia que foi amputada, e me perguntou do pai. Pediu que ligasse [para o Anderson] e eles se falaram, e ele chorou bastante.

Eu contei a ele que havia estado ali no domingo, quando ele estava em coma, e que havia conversado com ele. O João disse que ouviu a minha voz. Aquilo foi o que mais me tocou. Ele conseguiu me ouvir pelo meu desespero de mãe. Deus trouxe meu filho de volta, e foi maravilhoso. Não tem problema que tenha que reaprender a andar. Não tenho como pagar a vida do filho de volta. Ele também escreveu que não havia sido acidente. ‘Mãe, o cara tentou me matar’.

Essa é a principal dúvida? O motivo de o policial ter agido daquela forma?

O cara não tinha porque fazer aquilo. Não existe explicação lógica. Mesmo que meu filho tivesse sido confundido com bandido. Ele teria que parar o carro, pegar a arma e imobilizar o meu filho, conter a situação. Não existe isso o que ele fez.

O que mais disse João?

Depois ele perguntou sobre o processo de cidadania que estamos fazendo e a viagem que estava programada para 1º de janeiro, para fazer a cidadania italiana. Vamos continuar fazendo o passaporte italiano. Vamos remarcar a ida. Meu tataravô era italiano, foi para o Brasil em 1896. Era de uma região perto de Veneza, no norte da Itália. Combinamos de ir lá e conhecer a área e talvez encontrar algum parente vivo. Vamos fazer, mas agora um pouco diferente.

Como você espera que seja o futuro do João?

Tenho certeza que ele vai viver muito bem de prótese. Não tenho dúvida. Ele tem força de vontade e garra muito grande. Ele gosta muito do corpo dele e está com inspiração. Ele pediu que eu o ajudasse a trabalhar em prol de pessoas carentes que precisam de prótese e que não tenham assistência e apoio do governo. Fazer uma fundação ou alguma coisa do tipo.

Eu o vejo vivendo muito bem, sendo esportista, voltando a andar de bicicleta. Clinicamente, não tenho dúvida que ele vai se muito feliz. Vai ter adaptações, mas não duvido que vá superar. Ele mesmo fala que é preciso viver uma etapa depois da outra. Ele vai ficar de pé rápido. Ele é muito centrado.

Nunca paguei nada para ele aqui [na Irlanda]. Ele se virava sozinho, pagava 2.500 euros de aluguel entregando comida, e ainda pagava as outras contas. Não há nada contra ele do ponto de vista ilegal, nunca deu trabalho para a Irlanda, mas trabalhou para os moradores daqui. Ele nunca se aproveitou do fato de ser filho de prefeito. Ele queira levar a vida do jeito dele.

Como ele está encarando a amputação?

Todos ficaram chocados com o que aconteceu. João é um menino de ouro, nunca tive trabalho com ele. Ele não fuma e não bebe, e nem refrigerante toma. Ele sentiu bastante de perder o pedaço da perna. Ele tem milhões de fotos na academia. Infelizmente, aconteceu. Ele disse que ‘ainda bem que foi comigo, por você ter força política de mudar algo, e se fosse outro menino ir ficar por isso mesmo’. Queremos fazer algo diferente. Não pode mais acontecer dessa maneira, tem que mudar. Crime tem que ser apurado e o culpado, punido.