26 de dezembro de 2024
TAUBATÉ

‘Que saudade’: um ano após a morte de Ana Livia, mãe posta foto e relembra da filha

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução / Redes Sociais
Jéssica Higino com a filha Ana Lívia na praia

A saudade foi o que sobrou.

Em 27 de setembro de 2022, a diarista Jéssica Higino, 31 anos, teve um encontro com a tragédia: a morte da filha Ana Lívia, estudante de 13 anos morta com um tiro na nuca, em Taubaté. O crime chocou a região.

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Um ano depois, se negando a “celebrar” a data, Jéssica fez uma singela postagem nas redes sociais de uma foto dela com a filha na praia, com a frase: “Que saudade”.

Jéssica disse que se limitou à postagem de forma a marcar a data de uma maneira mais silenciosa, introspectiva, porque a dor da perda de Ana Lívia ainda está muito presente.

“Isso dói na alma, mesmo que a gente continue vivendo, nada é como antes, falta algo, ou melhor, falta alguém”, disse ela.

“Não tenho nada de bom para lembrar nesta data. Não há nada para comemorar e nada para ser feito. A saudade fica e vou tocando a vida, porque tenho um garoto para criar. É um mês cheio de emoções, infelizmente não muito boas”, disse Jéssica.

Ela toca a vida ao lado do filho de um ano e seis meses. Em outubro, em novas postagens, ela celebrou a ida do menino à praia, pela primeira vez.

“Esse foi o primeiro contato dele com essa maravilha que é o mar. E ver a alegria desse pequeno brincando também é a minha, eu só tenho a agradecer a Deus por ter esse pequeno hoje em minha vida, minha motivação para levantar todas as manhãs”, escreveu Jéssica.

Em 2 de novembro, Dia de Finados, ela compartilhou uma frase para despertar as pessoas que não passaram pela tragédia que ela viveu: “Aproveite o dia em homenagem aos que já se foram, para refletir sobre o que você está fazendo pelos que ainda estão aqui”.

CRIME

O caso de Ana Lívia aconteceu em 27 de setembro do ano passado, no bairro Jardim Paulista, em Taubaté, antes da menina e uma colega de 12 anos irem para a escola. As duas eram melhores amigas.

Pela manhã, Lívia ligou para a mãe perguntando se a amiga podia ir até sua casa para que as duas pudessem ir para a escola juntas, de carona com a mãe de outra colega. Horas depois, a mãe de Ana Lívia encontrou a menina já sem vida, em seu quarto.

Lívia foi encontrada com um tiro na nuca, com o corpo caído em cima de uma mesa de cabeceira.

FUNDAÇÃO CASA

A garota de 12 anos que confessou ter matado Ana Lívia foi apreendida e segue internada numa unidade da Fundação Casa em São Paulo.

A menina passa por avaliações psicológicas a cada seis meses e o resultado é encaminhado ao Poder Judiciário, que avalia a evolução dela dentro da unidade de custódia do governo estadual.

Após ter confessado o crime, a menina foi julgada pela Vara da Infância e Juventude de Taubaté, em audiência no dia 7 de novembro de 2022, e sentenciada a permanecer na Fundação Casa e a passar por avaliações psicológicas regulares.

Tais avaliações são feitas por equipes da Fundação Casa e os resultados são enviados para a Vara da Infância e Juventude de Taubaté, que analisa a situação da garota. Não se sabe quando ela poderá deixar a unidade na capital.