26 de dezembro de 2024
INDÚSTRIA

Para enfrentar a concorrência da China, Gerdau anuncia R$ 5 bi de investimento em 2024

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Xandu Alves / OVALE
Painel de operação da Gerdau em Pindamonhangaba

Maior empresa brasileira do ramo de produção de aço, a Gerdau anunciou investimento de R$ 5 bilhões em 2024.

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A projeção foi feita nesta quarta-feira (8) pelo diretor global de Comunicação, Marca e Relações Institucionais da companhia, Pedro Torres, que está em Xangai, na China.

Torres compõe a comitiva de executivos de Minas Gerais que viajou até a Ásia em busca de investimentos internacionais para o estado, que vai receber o aporte da Gerdau.

O plano da empresa para Minas envolve, além da mineração, elementos como painéis de energia solar. “A gente projeta mais um ano de bastante robustez em nossos investimentos”, disse Torres.

O executivo da Gerdau participou de uma conferência de negócios promovida pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais em um hotel de Xangai, cujo tema foi ‘Brazil China Business Forum’. O evento contou com a presença do governador de Minas, Romeu Zema (Novo).

CHINA

O debate na China é estratégico para a Gerdau, que vem perdendo fatia de mercado com a entrada do aço chinês no Brasil.

Em teleconferência com analistas, a companhia atribui o desaquecimento do nível de atividade dos mercados à inflação global, às altas taxas de juros, aos conflitos geopolíticos, à fragilidade na economia e, principalmente, à entrada excessiva de aço importado, principalmente da China, no mercado brasileiro.

Segundo Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, o movimento de importação de aços longos e planos segue ocorrendo neste quarto trimestre de 2023 e exige “medidas de correção urgente” por parte do governo federal.

O executivo disse que, entre janeiro e setembro, a importação de aço avançou 57,9% em relação a igual período de 2022. A taxa de penetração chegou a 23%, segundo o Instituto Aço Brasil.

“A competição com aço asiático é injusta”, disse Werneck a analista. Ele cobra medidas do governo federal para tarifar a entrada do aço chinês no país.

“Sendo que metade desse volume tem origem da China, que exporta com práticas desleais, se torna urgente a elevação temporária das tarifas de importação em 25% por parte do governo federal no curto prazo”, afirmou o executivo, acrescentando que esse protecionismo foi adotado na Europa, Estados Unidos e México.

VALE DO PARAÍBA

O anúncio de investimento da Gerdau também pode beneficiar o Vale do Paraíba, ao menos indiretamente. Na região, a Gerdau possui unidades em São José dos Campos e Pindamonhangaba.

Em junho deste ano, a empresa anunciou que vai instalar uma nova fábrica de reciclagem de sucata para abastecer a sua produção de aço, que deve ser reforçada com os investimentos em Minas Gerais.

Segundo Gustavo Werneck, a RMVale deve ser o destino da nova unidade, em razão de abrigar a Usina de Pindamonhangaba, uma das maiores unidades da empresa no Brasil.

“Provavelmente vai ser no Vale a nova unidade. Estamos debatendo em detalhes e temos desejo que seja aqui. Temos plantas importantes em Pindamonhangaba e provável que seja aqui”, afirmou o CEO a OVALE.

A nova unidade é estratégica para o futuro da companhia, que é a maior recicladora da América Latina. A Gerdau tem na sucata uma matéria-prima indispensável: 71% do aço que produz são feitos a partir desse material. Todo ano, 11 milhões de toneladas de sucata são transformadas em diversos produtos de aço.

A Usina de Pindamonhangaba produz aços especiais com uma matriz 100% renovável, tendo a sucata ferrosa como matéria-prima. Isso torna o aço produzido na unidade um produto com uma pegada de carbono muito menor do que a média mundial do setor.

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