A cada oito horas, a ONG Adota Pet de São José dos Campos recebe uma denúncia de maus-tratos. Em entrevista a OVALE, a responsável pela instituição, Marcelli Moura, falou sobre a luta e a burocracia para resgatar esses animais. A ONG, criada em 2019, já ajudou mais de dois mil pets e conta com 150 voluntários.
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“Todo os dias recebemos denúncias de maus-tratos. Sempre pedimos para as pessoas realizarem um boletim de ocorrência, mandarem o protocolo para gente acompanhar e juntar provas, só que a maioria não faz isso”, disse, pontuando que os processos relacionados à causa animal não são tão rápidos e simples de resolver.
“É importante reforçar que a ONG não pode resgatar o animal vítima de maus-tratos sem uma autorização judicial, se não é considerado roubo. No caso do Nit (pastor belga de São José), por exemplo, foram realizados boletins de ocorrência, temos vídeos, imagens, conversas, depoimentos e até uma pessoa que foi ferida, mas até agora não recebemos a autorização para resgatá-lo. Infelizmente esses processos não são tão rápidos. Já vimos casos em que a polícia foi até o local, o tutor mentiu e ficou determinado que não era maus-tratos, é um absurdo”, comentou Marcelli.
Apesar de difícil de resolver, ela ressalta que não é impossível, e por isso é fundamental que aqueles que testemunharem algum caso de maus-tratos realizem um boletim de ocorrência. “Sem o boletim ficamos de mãos atadas, porque queremos ajudar o animal e salvá-lo, mas não podemos. Precisamos que os boletins sejam feitos e que sejam registradas provas para que possamos agir”, comentou.
MAIS DE 100 MIL VÍTIMAS
De acordo com um levantamento realizado no ano passado pelo Instituto Pet Brasil (IBP), o país possui quase 185 mil (184.960) animais abandonados ou resgatados após maus-tratos, sob a tutela de organizações não governamentais (ONGs) e grupos de protetores. Desse total, 177.562 (96%) são cães e 7.398 (4%) são gatos.
ADOTA PET
Para mais informações sobre a ONG Adota Pet entre em contato através do Instagram: @adotapetsjc