Mães de crianças autistas de São José dos Campos protestaram na quinta-feira (26) contra o cancelamento, por parte da prefeitura, das viagens para tratamento. Elas se reuniram com cartazes em frente ao Acesso Já -- serviço de transporte porta-a-porta destinado a atender exclusivamente pessoas com deficiência, na Praça Afonso Pena, centro da cidade.
Segundo o grupo, o deslocamento até a terapia teria sido cancelado devido à "alta demanda". "É muito desagradável. Causou muito transtorno não só para mim, como para várias (mães) credenciadas. É um motivo muito inválido, né? Alta demanda? Isso mostra o quão frágil está a administração lá dentro, né?", disse uma das mães, que pediu para não ser identificada.
As mães contam que as viagens são programadas e a prefeitura pede que o veículo seja solicitado com dois dias de antecedência. Os avisos de cancelamento não têm sido comunicados, de forma que elas ficam sem saber se a criança poderá ir à terapia naquele dia ou não. Uma das mães chegou a desembolsar R$ 30 na viagem de aplicativo do bairro Colonial, onde mora, até o Gaia, no Urbanova, para levar a filha ao tratamento.
As responsáveis pelas crianças cobram posicionamento da prefeitura para que possam se programaar, e ressaltam que o agendamento ainda está disponível, só não há certeza de que haverá carro.
Questionada pela reportagem, a Prefeitura de São José dos Campos informou que "não houve cancelamento e nem redução na oferta total de viagens por meio do Programa Acesso Já, que oferece os serviços de transporte porta a porta em veículos leves e adaptados gratuitos"
Atualmente, continua a nota, o programa atende 1.309 credenciados e realiza mais de 12 mil viagens mensais.
A prefeitura acrescentou que sempre faz a análise pontual e legal de cada solicitação e que a liberação do serviço prioriza os critérios estabelecidos no decreto 17.767/18. Quando um credenciado solicita o agendamento, esse pedido vai para análise do setor e somente após a confirmação da possibilidade de atendimento que é enviada a confirmação via Central 156 para os credenciados com um dia de antecedência.
Critério
Para a realização do credenciamento, são considerados critérios de vulnerabilidade social, grau de severidade da deficiência e os motivos da utilização do transporte.
"A seleção de moradores para o programa considera prioritariamente, pela ordem, aqueles que fazem tratamento de saúde e reabilitação, educação especial e trabalho. Os credenciados também podem fazer uso do transporte coletivo urbano que é 100% adaptado", finaliza a nota.