Após 16 dias lutando pela vida, o cãozinho spitz alemão Fox morreu nesta quarta-feira (25) em um hospital veterinário em Moema, na zona sul de São Paulo. Ele estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da unidade desde a última quinta-feira (19).
Fox teve várias lesões graves decorrentes do ataque que sofreu de um cachorro da raça bull terrier, em 9 de outubro, no bairro Jardim América, na região sul de São José dos Campos.
O cãozinho estava no portão da casa da família quando foi brutalmente atacado pelo bull terrier, que arrancou o focinho de Fox e deixou a face do animal desfigurada. O tutor do bull e um amigo são investigados pela Polícia Civil, que tem imagens de vídeo do ataque.
A violenta agressão provocou problemas de saúde em série para o Fox, que precisou de sonda para se alimentar e beber água e teve uma parada cardíaca.
Ele ainda passou por três cirurgias e outras intervenções estavam sendo estudadas. Numa delas, foi feita uma traqueostomia para que o cãozinho pudesse respirar, que era a principal dificuldade do animal após o ataque.
A condição de saúde de Fox vinha oscilando nos últimos dias, com momentos de piora e descompensação intercalados por outros de melhora. Ele passou por duas transfusões de sangue para atenuar um quadro de anemia.
O cachorro também estava com uma pneumonia e havia perdido metade do pulmão esquerdo, que não voltaria a funcionar.
Na terça-feira (24), Sofia Albuquerque, 24 anos, tutora do Fox, chegou a comemorar os avanços que o cachorrinho tinha apresentado, após o agravamento de seu quadro clínico na segunda.
“Nosso guerreiro ama muito a vida e está lutando para continuar com a gente”, disse ela na ocasião.
CORRENTE
A luta de Fox pela sobrevivência e a indignação da família com a atitude dos tutores do bull terrier provocaram uma onda de solidariedade ao cãozinho de São José.
Em poucos dias, o perfil criado pelas tutoras nas redes sociais para compartilhar o tratamento dele alcançou quase 90 mil seguidores, sensibilizando artistas globais, parlamentares e autoridades.
O amor da família pelo cãozinho e a luta deles por justiça, para que os responsáveis pelo ataque sejam punidos, resultou em um movimento para coletar assinaturas e tornar a lei mais rigorosa no país para pessoas que usem animais como arma. O projeto tem o nome de ‘Lei Fox’.
Também a vaquinha virtual que a família lançou na internet para ajudar no tratamento do cachorro obteve mais do que o dobro dos R$ 20 mil esperados inicialmente, alcançando R$ 52,1 mil de 1.199 doadores.
Mesmo com a morte do cãozinho, essas lutas continuarão, sob o slogan de “Justiça para Fox”.