Hasan Habee viajou à Palestina dez dias antes do conflito para visitar familiares; ele está com a mulher e as duas filhas pequenas
Por Xandu Alves
São José dos Campos
13/10/2023 - Tempo de leitura: 2 min
Arquivo Pessoal
Vivendo e trabalhando em São Paulo há 10 anos, o vendedor Hasan Habee, 30 anos, está atualmente na Faixa de Gaze, na Palestina, e não consegue sair do território árabe após as fronteiras terem sido fechadas por Israel, que declarou guerra ao grupo extremista Hamas.
Habee viajou para a Palestina dez dias antes dos ataques do Hamas contra Israel, que deixaram mais de 900 mortos. A resposta armada dos israelenses causou a morte de pelo menos 800 palestinos, em bombardeios na Faixa de Gaza.
O vendedor nasceu na Palestina e vive em São Paulo há uma década, com a mulher e duas filhas pequenas, de 3 e 5 anos. Ele tem cidadania brasileira.
Os quatros viajaram para a Palestina para encontrar parentes. Habee está na casa da irmã, na cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, de onde não consegue sair.
Segundo ele, a situação é dramática e vai começar a faltar comida para a família, que está sem acesso a água e energia elétrica.
“A situação está bem complicada, sem água e luz e sem comunicação, não tem central de ligação. Não consigo ligar para ninguém. Apenas a internet funciona de vez em quando. “Onde estamos toda hora tem feridos, mortos e pessoas atacadas”, disse Habee.
Ele pede ajuda ao governo brasileiro para sair de Gaza com a mulher e as duas filhas.
“Estamos tentando voltar para o Brasil, mas vai ser difícil porque Israel jogou bomba na fronteira com o Egito, e fecharam a fronteira. Israel não deixa entrar e jogou bomba, e fronteira foi fechada para impedir a população de sair. Só podemos contar com a esperança”, afirmou o vendedor.
Habee descreveu a situação em Gaza como uma “tragédia” e “massacre”, com tudo fechado e em estado de miséria. Ele corre risco de não ter mais comida para a família.
“Temos comida para no máximo uns três dias e depois disso tem que racionar o que sobrar. Está muito difícil, mas mantemos a esperança de sermos resgatados pelo governo brasileiro”, afirmou.
“A esperança é que o Brasil e Lula consigam fazer uma trégua entre os dois países, para que a gente possa voltar à vida normal.”