“Eu estava seguindo a rota”, disse o motorista de aplicativo que dirigia um carro no qual uma jovem de 20 anos pulou durante a viagem, na altura da Rodovia Presidente Dutra, em São José dos Campos.
Em contato com a reportagem, ele narrou o contexto da situação que culminou com a atitude da jovem. O condutor relatou que aceitou a corrida da Faculdade Anhembi-Morumbi até o bairro Novo Horizonte e que havia informado à passageira que estava com pouco combustível e teria que parar em um posto de combustível.
Pela Avenida JK, na Vila Industrial, o combustível acabou em frente a um posto e na ocasião, ele colocou R$ 40 de etanol. O condutor lembra em detalhes da conversa que teve com a jovem e, depois de abastecer, seguiu viagem. Em dado momento, passando pela rotatória de uma concessionária que há no caminho, o GPS orientou para entrar na segunda entrada (que é o que normalmente acontece, de acordo com outros motoristas de aplicativo), seguindo Via Dutra, sentido Santa Inês/Pararagaba, que é o caminho mais curto. Neste momento, ele lembra que a passageira havia dito que a entrada para o local, no qual ela iria havia ficado para trás.
“Quando eu fui explicar para ela que estava seguindo o GPS, eu não tive nem tempo. Ela abriu a porta do carro e só olhei para o lado e falei: ‘não moça! não moça!’ Nessa, eu fui e joguei para o acostamento e reduzi a velocidade e falei: ‘não moça!’ e ela se jogou e eu parei o carro. Desci e vi ela caída. Fui até ela e ela se levantou e começou a correr no fluxo contrário. Ali vinha o pessoal da romaria e ela se sentiu mais acolhida e comecei a perguntar para ela porque ela fez isso e ela não respondeu nada, só me olhava”.
O motorista de aplicativo ainda contou que um casal em um veículo vinha atrás e lhe contou que havia visto tudo e prometeu que lhe daria todo o suporte. Ele, no entanto, pediu para que o casal ajudasse a moça que estava ferida. Ele informou também que ligou para a polícia para obter orientações e se dirigiu para a delegacia da área, o sexto distrito policial, que estava fechado. Novamente, em contato com a polícia, foi informado de que deveria se dirigir a CPJ (Central de Polícia Judiciária), no Jardim Satélite, na qual compareceu no dia seguinte. Lá foi informado que a delegacia só atende flagrante.
Tentando registrar a ocorrência, ele voltou a procurar a delegacia no dia subsequente, mas também não conseguiu fazer o registro do que aconteceu. Ele está desesperado e com medo.
“Eu estou sendo taxado de suposto sequestrador e não fiz nada”. Já fui na Uber, procurei três delegacias, não consegui registrar a ocorrência e o delegado pegou meu telefone e disse que no momento oportuno eu serei ouvido. Essa menina teve um surto pelo simples fato de ela achar que eu tinha que entrar em uma via e não eu eu não ter entrado, porque eu estava seguindo o GPS”, frisou o motorista à reportagem.
“As pessoas estão me taxando de sequestrador e até de estuprador. Estou impossibilitado de trabalhar, estou bloqueado pelo app. Outra questão importante de se ponderar é que ela está me taxando de ‘gordofóbico’ e a gente só entrou nesse assunto porque a gente estava falando sobre remédio e a faculdade dela porque ela faz biomedicina. A gente estava conversando sobre pessoas que tomam remédio para emagrecer, que é perigoso e tudo mais, né? Biomedicina. E ela foi falar: ‘eu sou gordinha também, não sei que’ e eu falei isso não é problema, a minha esposa também é gordinha. Ela está querendo me envolver em outro crime. Isso não tem cabimento”, finalizou.