A obra de duplicação da Avenida João Rodolfo Castelli, na região sudeste de São José dos Campos, vai atrasar pelo menos mais três meses.
Iniciada em 22 de agosto de 2022, a obra deveria ter sido concluída até 22 de maio desse ano, mas atingiu apenas 11,63% nesse período. Em maio, o contrato da Prefeitura com a empresa Compec Galasso foi prorrogado por mais três meses, mas isso foi suficiente somente para a execução do serviço chegar a 22,09% (essa medição foi feita no dia 22 de agosto).
Em agosto desse ano, o contrato foi prorrogado por mais três meses, com término previsto agora para o dia 22 de novembro. Na primeira prorrogação, ocorrida em maio, o contrato também havia ficado 7,6% mais caro, com o custo passando de R$ 12,862 milhões para R$ 13,846 milhões, um acréscimo de R$ 984 mil.
PREFEITURA.
Sobre a ampliação do custo da obra, a Secretaria de Mobilidade Urbana afirmou em maio que isso ocorreu "pela necessidade de acréscimo de serviços de supressão arbórea, troca de solo para implantação de retorno na Estrada Fontegalant Pessoto, adequações no projeto executivo de drenagem, adequações aos elementos de vedação (muros e grades) decorrentes dos processos de desapropriação e doação de áreas".
Na primeira prorrogação do contrato, também em maio, a pasta alegou que a ampliação do prazo "repõe os dias impactados pela ocorrência de chuvas no verão 2022/2023 e que prejudicaram os serviços iniciais de terraplenagem e drenagem".
Sobre a nova prorrogação, a Secretaria de Mobilidade Urbana argumentou na última semana que o “avanço das obras foi impactado pelos efeitos da chuva no verão 2022/2023, além de interferências com redes subterrâneas de concessionárias, em especial de água, esgoto e telefonia”.
COBRANÇA.
No início de 2022, com apenas três votos contrários - das vereadoras Amélia Naomi e Juliana Fraga, do PT, e do vereador Thomaz Henrique (Novo) -, a Câmara aprovou pedido do então prefeito Felicio Ramuth (PSD), atual vice-governador de São Paulo, e autorizou que, ao fim da obra, a Prefeitura cobre contribuição de melhoria de imóveis situados ao longo do trecho duplicado e que forem valorizados.
Questionada pela reportagem na última semana, a Prefeitura informou que ainda não tem uma estimativa sobre o número de imóveis sobre os quais será feita a cobrança e nem de qual será o valor arrecadado com a contribuição.
O município também não informou quantos moradores doaram partes de seus imóveis para escapar da cobrança e qual seria a soma da metragem dessas áreas cedidas gratuitamente para a Prefeitura.
CRÍTICAS.
A aprovação do projeto que criou a taxa de melhoria ocorreu em meio a críticas da oposição, justamente pelo fato de o texto não estabelecer sobre quais imóveis seria feita a cobrança e qual seria o valor pago pelos proprietários.
Outra crítica ao texto foi de que outras obras do governo Felicio, como o Arco da Inovação (que custou R$ 60,9 milhões), a Via Cambuí (R$ 110,2 milhões) e a Linha Verde (R$ 77,83 milhões), foram pagas apenas com dinheiro público, sem cobrança de contribuição de melhoria.
Entre 2017 e 2022, apenas outra obra do governo Felicio teve a instituição da taxa: a da Via Jaguari. Nesse caso, no entanto, a cobrança será feita apenas sobre o proprietário de uma área que se recusou a doar o terreno.
PROMESSA.
Na campanha eleitoral de 2020, o então prefeito Felicio Ramuth prometeu duplicar a Avenida João Rodolfo Castelli, que tem mais de cinco quilômetros e liga o Putim até o Pinheirinho dos Palmares.
A obra duplicação iniciada em 2022, no entanto, contemplará apenas um trecho de 1,3 quilômetro entre a Estrada Guido Pessotto (Embraer-Tamoios) e a Avenida Vicente Brandão Ferreira.
Até agora, a Prefeitura não apresentou nenhum projeto de melhoria para os outros cerca de quatro quilômetros da avenida.