O deputado estadual Emídio de Souza (PT) abriu uma representação no MPF (Ministério Público Federal) e no MP (Ministério Público) de São Paulo pedindo investigação contra bolsonaristas que agrediram equipe de OVALE.
O parlamentar, que já foi prefeito de Osasco, também pediu aos dois órgãos que investiguem as organizações de extrema direita que atuam em São José dos Campos e no Vale do Paraíba. Souza também é um dos advogados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No domingo (9), equipe de reportagem de OVALE foi vítima de ameaça, perseguição e agressão durante cobertura de uma manifestação de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no Parque Vicentina Aranha, na região central de São José dos Campos.
Uma semana depois, em reportagem especial, o veículo divulgou áudios registrados durante a manifestação mostrando que o grupo de extrema direita estava se mobilizando para dar tiro em ‘esquerdistas’.
Em publicação nas redes sociais no dia da manifestação, Souza se solidarizou com o jornal, pontuando que a agressão representa um grave atentado contra a democracia.
“Ataque à imprensa representa um grave atentado contra a democracia e não pode ser tolerado. Violência, discurso de ódio, fascismo e autoritarismo não se normaliza, se combate”, publicou o deputado.
NEONAZISMO
No documento enviado ao MPF e ao MP, Emídio relembra os ataques feitos por bolsonaristas contra jornalistas da TV Aparecida, em outubro de 2022, e cita que o Vale do Paraíba é a região brasileira com o maior número de células neonazistas identificadas pela antropóloga Adriana Abreu Magalhães.
“Essas organizações, com a intenção de promover atos de violência, não se limitam aos jornalistas, mas também a intelectuais, agentes políticos e todos os demais cidadãos, na tentativa de silenciar aqueles que se oponham aos seus ideais autoritários e a sua pregação de eliminação do estado democrático de direito. É preocupante e cristalina a formação de grupos organizados discutindo e cometendo pautas criminosas”, disse o parlamentar paulista.
O deputado pediu que o MP e o MPF tomem as medidas necessárias para combater essas ações criminosas e que os grupos identificados sejam responsabilizados pelos prejuízos causados à imprensa, à liberdade e à democracia.
“Esses movimentos ultrapassam o limite do razoável e situações como a ocorrida no último dia 9, deixaram de serem casos isolados, ameaçando, inclusive, toda a sociedade, que é privada ao acesso a informação por diversas fontes de comunicação. Valioso ressaltar, que o áudio gravado pela imprensa deixa claro que o grupo pensa e fala em homicídios”, disse o deputado, citando o artigo 121 do Código Penal – que tipifica o crime de homicídio.
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