Alunos do curso de Medicina da Unitau (Universidade de Taubaté) realizaram um protesto na manhã desta terça-feira (18) em frente à prefeitura do município contra o atraso dos repasses da administração municipal à SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento de Medicina), responsável por administrar o Hospital Municipal Universitário de Taubaté.
De acordo com alguns estudantes que falaram com a reportagem, os atrasos estariam afetando o funcionamento de algumas alas específicas dentro da unidade hospitalar, o que estaria ocasionando também um déficit na aprendizagem dos graduandos.
Um primeiro protesto já havia ocorrido na última sexta-feira (14), em frente ao hopistal, por parte dos estudantes de estágio na unidade no terceiro e no quarto ano do curso, e internato no quinto e no sexto ano.
Até a última segunda-feira (13), ainda segundo alunos ouvidos pela reportagem, o HMUT ainda operava de forma parcial, com leitos de enfermarias desativados, cirurgias eletivas canceladas, ambulatórios e corpo clínico reduzidos, além da realização de exames limitada a situações de emergência.
DÍVIDA.
O cancelamento de procedimentos no hospital teve início no dia 11 de julho, quando a dívida da Prefeitura com a SPDM estava em R$ 10 milhões – eram R$ 900 mil referentes a junho e R$ 9,082 milhões do repasse integral de julho. No dia, o governo José Saud (MDB) alegou que o atraso ocorreu "por insuficiência financeira, em razão de acordos administrativos resultantes de despesas de gestões anteriores", e que faria um repasse de R$ 900 mil na terça-feira e um novo repasse "nos próximos dias".
Já a SPDM informou, na ocasião, que o atendimento parcial no hospital, com o cancelamento de procedimentos "que não são considerados de urgência ou emergência", havia sido definido "em comum acordo com a Prefeitura".
POSIÇÕES.
Nessa segunda-feira (17), após nova reunião com a SPDM, a Prefeitura divulgou uma nota em que alega que "o atraso pontual de repasses" à entidade "não afetou e não afetará o internato e a residência médica de estudantes" da Unitau, que não houve "paralisação de serviços considerados essenciais" e que o município buscará aumento de repasses junto aos governos estadual e federal.
A reportagem entrou novamente em contato com a SPDM em busca de alguma nota sobre o protesto ocorrido nesta terça, mas até a conclusão deste material ainda não havia sido respondida.