23 de dezembro de 2025
TRÁFICO

Criado no Vale, PCC adota 'franquias' de pontos de tráfico de drogas

Por Da redação | São José dos Campos
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Reprodução
Originária do Vale do Paraíba, a maior facção criminosa do país completou 30 anos

Vende-se.

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A descrição acima pode muito bem ser de um imóvel qualquer em busca de um novo empreendedor. Mas também serve para revelar a maneira profissional e estruturada com que o PCC (Primeiro Comando da Capital) cresce como uma organização empresarial.

Originária do Vale do Paraíba, a maior facção criminosa do país completou 30 anos utilizando métodos corporativos para aumentar seu lucro na sua principal fonte de renda, o tráfico de drogas.

O PCC criou um sistema de franquias para vender ou alugar as ‘lojas’, como são chamados os pontos de venda de drogas, também conhecidos como ‘biqueiras’.

Com a rede de franquias das ‘lojas’, a organização movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano, segundo apurações do Ministério Público e das forças de segurança.

As ‘lojas’ podem ser vendidas ou alugadas e chegam a custar R$ 2 milhões, como apurou a reportagem de OVALE. O mercado imobiliário do crime do PCC define o custo das ‘lojas’ de acordo com a localização e o fluxo de clientes.

Além de atuar no varejo, com a venda direta para o usuário de droga, o PCC também é fornecedor e controla o mercado no atacado, buscando monopolizar o tráfico de crack, cocaína e maconha nas ruas.

"É crucial lembrar que todas as lojas (...) recebem o entorpecente única e exclusivamente do PCC. Assim, é importante imaginar, a título de exemplo, que as lojas do PCC não passam de franquias que só vendem o produto fornecido pelo PCC", diz trecho de acusação apresentada pelo MP na região de Suzano.