Alunos do curso de Medicina da Unitau (Universidade de Taubaté) devem realizar nessa sexta-feira (14) um protesto contra o atraso nos repasses da Prefeitura de Taubaté à SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), que administra o HMUT (Hospital Municipal Universitário de Taubaté).
A manifestação está marcada para as 12h30, em frente ao hospital. Os estudantes fazem estágio na unidade no terceiro e no quarto ano do curso, e internato no quinto e no sexto ano.
Até essa quinta-feira (13), segundo alunos e médicos ouvidos pela reportagem, o HMUT ainda operava de forma parcial, com leitos de enfermarias desativados, cirurgias eletivas canceladas, ambulatórios e corpo clínico reduzidos, além da realização de exames limitada a situações de emergência.
DÍVIDA.
O cancelamento de procedimentos no hospital teve início na manhã da última terça-feira (11), quando a dívida da Prefeitura com a SPDM estava em R$ 10 milhões - eram R$ 900 mil referentes a junho e R$ 9,082 milhões do repasse integral de julho.
No dia, o governo José Saud (MDB) alegou que o atraso ocorreu "por insuficiência financeira, em razão de acordos administrativos resultantes de despesas de gestões anteriores", e que faria um repasse de R$ 900 mil na terça-feira e um novo repasse "nos próximos dias".
Já a SPDM informou, na ocasião, que o atendimento parcial no hospital, com o cancelamento de procedimentos "que não são considerados de urgência ou emergência", havia sido definido "em comum acordo com a Prefeitura".
MUNICIPALIZAÇÃO.
O hospital foi administrado de 1982 a 2013 pela Unitau (Universidade de Taubaté), que é uma autarquia municipal. Em março de 2013, com dívidas milionárias e problemas estruturais, a unidade de saúde teve a gestão transferida para o governo estadual - esse processo foi iniciado pelo ex-prefeito Roberto Peixoto e concluído pelo ex-prefeito Ortiz Junior (PSDB).
Em 2019 o tucano fez o movimento inverso e retomou, em maio daquele ano, a gestão do hospital - que foi terceirizada à SPDM.
Embora a Prefeitura tenha assumido um custo que ficava com o governo estadual, em março desse ano, quando houve o último reajuste do contrato, o governo Saud afirmou que a municipalização é positiva, pois houve "o aumento significativo do número de taubateanos atendidos na unidade".