Cruzeiro, Lorena e Guaratinguetá, que integram o circuito da fé, mais Caraguatatuba e Ubatuba, no Litoral Norte, e ainda Caçapava são as cidades que lideram o ranking paulista da violência. Elas têm a maior taxa de homicídios do estado entre os 100 maiores municípios.
A cidade de Cruzeiro lidera o ranking estadual da violência com 31 vítimas de homicídio por 100 mil habitantes, mas com queda de 42% no número de mortes: 26 nos últimos 12 meses contra 45 no período anterior.
Depois de Cruzeiro, o território mais letal do estado contempla as cidades de Caraguatatuba (27,5 vítimas de homicídio por 100 mil), Lorena (25,6), Caçapava (22,9), Ubatuba (20) e Guaratinguetá (17).
Essas cidades se tornaram o maior desafio na área de segurança pública para o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Felicio Ramuth (PSD), que se comprometeram a colocar a região como prioridade na redução da violência.
Trata-se do território mais letal de São Paulo, com 24 vítimas de homicídio por 100 mil habitantes e 144 mortes registradas nos últimos 12 meses – 42% do total de assassinatos de todo o Vale do Paraíba (339) no mesmo período.
Juntas, as seis cidades têm 3.036 quilômetros quadrados de área e uma média de uma morte violenta a cada porção de 21 km² do território.
Moram nos seis município 601,6 mil pessoas, que representam 23% da população da RMVale. Elas correm mais risco de serem vítimas de um homicídio de quem mora nas maiores cidades da região e do estado.
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MAIORES CIDADES
Em comparação, São José dos Campos, Taubaté e Jacareí, as três maiores cidades do Vale e líderes da violência na região antes de 2010, somam 105 vítimas de homicídio nos últimos 12 meses, o que dá 30% do total do Vale mesmo tendo metade da população regional.
As três cidades têm 8,35 vítimas de homicídio por 100 mil habitantes, 65% a menos do que registram os seis municípios mais letais.
São José, Taubaté e Jacareí somam 2.188 km² de território e uma morte violenta a cada parcela de 70 km², nada menos do que 70% inferior à taxa dos seis municípios. É como se a letalidade estivesse estampada no solo.
COMPLEXIDADE
Reduzir a criminalidade nessas cidades faz parte de um trabalho que envolve muito mais do que apenas o policial. Trata-se de uma missão complexa que envolve poder público e sociedade, segundo o delegado seccional de Cruzeiro, João Paulo de Oliveira Abreu.
“Existem fatores importantes para a redução da criminalidade que vão muito além da atividade policial pura e simplesmente. Fatores sociais, educacionais, culturais, profissionais, religiosos, familiares etc. Fato é que a polícia não vencerá essa guerra sozinha. É necessário que outros atores da sociedade também contribuam”, afirmou o delegado.