27 de dezembro de 2024
OUTRO LADO

Cohab diz que população vivia em barracos menores e que casa poderá ser ampliada

Por Xandu Alves e Rede Sampi | Campinas
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação / Eduardo Lopes / PMC
Casas do Residencial Mandela devem ficar prontas em três meses

A Prefeitura de Campinas informou que o loteamento Residencial Mandela, no distrito do Ouro Verde (DIC 5), vai abrigar mais de 450 pessoas que, atualmente, vivem em uma ocupação e áreas de risco e esperam uma moradia há pelo menos seis anos. As obras estão sendo finalizadas numa área de 23 mil metros quadrados, com infraestrutura completa.

“A área recebeu pavimentação, redes de água, de esgoto, de energia elétrica e iluminação e a construção de 116 ‘embriões’, imóveis que serão residências de famílias que, atualmente, vivem na ocupação Mandela, um terreno particular - que fica nas proximidades -, e em áreas de risco. Os investimentos somam, de todos os setores, quase R$ 6 milhões”, informou a Secretaria de Habitação de Campinas.

“O trabalho que está sendo feito, de reassentar 116 famílias provenientes do núcleo do Mandela, é uma experiência inovadora, que requereu muita coragem, muita união, de várias secretarias. Isto servirá de exemplo, de que é possível avançar. Marca um compromisso de atender famílias carentes”, disse Arly de Lara Romeo, secretário de Habitação e presidente da Cohab (Companhia de Habitação Popular de Campinas).

“Creio que em mais três meses concluímos esta importante ação, de grande interesse social. Um trabalho que servirá de referência para Campinas”, completou o secretário.

Sobre o tamanho dos imóveis, que terão 15 metros quadrados, a Cohab disse que o projeto inicial não contemplava as moradias, mas que, posteriormente, veio à tona a opção dos pequenos lares, para que as famílias “morem com dignidade”.

Em nota, a Cohab justificou que, atualmente, os moradores do Mandela habitam barracos de “5 a 7 metros quadrados”.

A informação é imprecisa, conforme constatou a Rede Sampi. Embora alguns barracos tenham cômodo com esta medida, a maior parte deles tem mais de um cômodo, tornando o espaço maior.

A companhia informou ainda que não tinha pretensão nem de oferecer esses embriões. No entanto, quem vai receber o lote e a casa vai pagar pela moradia. Os lotes oferecidos são de 90 metros quadrados, aproximadamente.

A partir da assinatura do contrato do imóvel, de acordo com a prefeitura, as famílias terão até seis meses para iniciar o pagamento do financiamento. A mensalidade de menor valor equivale a 10% do salário mínimo.

A Cohab disse ainda que “estuda a possibilidade de oferecer desenhos técnicos para que futuramente os moradores possam aumentar suas casas”.

MORADORES

A auxiliar de educação infantil Phâmela Rocha, 34 anos, vai se mudar para o embrião com os dois filhos e o marido. Serão quatro pessoas na casa.

Independentemente do tamanho, segundo ela, a obtenção da moradia será um marco histórico. “Eu tenho certeza que, apesar do tamanho, ninguém da comunidade vai sentar e dizer que não está feliz. Todo mundo olha as casinhas com brilho nos olhos e emoção”.

Phâmela disse ainda ser inexplicável a sensação de ter um lar depois de tantas dificuldades.

“Para uma mãe de família, ter segurança, saber que daqui um ou dois meses você não será despejada, não correrá o risco de deixar os filhos desamparados, é uma emoção inexplicável”, afirmou ela, que chegou a morar dentro de um carro com o marido e os filhos.