Infraestrutura, filosofia de atender bem e análise constante de processos para melhorar a experiência dos passageiros com os serviços.
Na avaliação do diretor comercial Marcelo Mota, esses são os motivos que fizeram do Aeroporto de Viracopos ganhar, pela quarta vez, o título de ‘Melhor Aeroporto do Brasil’ em 2022, em pesquisa da SAC (Secretaria de Aviação Civil).
Administrado pela concessionária Aeroportos Brasil Viracopos desde 2012, o aeroporto em Campinas é o quarto do país em passageiros e pode atingir a capacidade de 25 milhões nos próximos anos.
“Não precisamos mais ampliar para dar conta da capacidade do terminal. Todos os investimentos são para melhorar a experiência do passageiro”, disse Mota. Confira.
O que faz de Viracopos o melhor aeroporto do Brasil pela quarta vez?
Esse resultado é decorrente de série de fatores. Os investimentos em infraestrutura foram significativos e nos permitem uma capacidade de atendimento muito tranquila para o passageiro.
Temos terminal supermoderno e com slots e pistas para não ter atrasos em voos, com um design arquitetônico e funcional, de luminosidade, amplitude de espaço e de capacidade em si que o diferencia de outros aeroportos. Há um conforto devido à grande e moderna infraestrutura. Nossa capacidade é para 25 milhões de passageiros por ano e estamos operando entre 12 e 14 milhões.
O que mudou mais no aeroporto após a concessão?
A filosofia empresarial que Viracopos adotou desde o início da concessão, em 2012, de que a experiência tem que ser agradável. Investimos em atendimento, treinamento dos colaboradores, tratamento do cliente e mapeamento de processos para que sejam eficientes. Um dos critérios dessa pesquisa de satisfação é a cordialidade dos funcionários, e sempre somos altamente pontuados. Fazemos questão de não só orientar o passageiro, mas de acompanhá-lo no terminal. Esse tratamento mais humanizado e cordial tem sido reconhecido pelos passageiros.
Mapeamos processos para identificar todos os pontos de contato onde o passageiro recebe um serviço do aeroporto, desde quando chega ao terminal. Identificamos critérios de avaliação para cada uma delas, como o passageiro vai perceber o serviço, como em limpeza, conforto, agilidade, cordialidade e outros. Estabelecemos plano de ação para melhorar cada uma desses critérios.
Então, esses três grandes fatores foram fundamentais para o prêmio: a infraestrutura com os investimentos feitos, a filosofia de atender bem e toda essa análise e revisão de processos nas áreas onde o passageiro recebe os serviços.
Quanto foi investido?
Investimos mais de R$ 5 bilhões no aeroporto. Construímos o novo terminal de passageiro, o edifício garagem para mais de 4.000 veículos, toda reestruturação do sistema viário do aeroporto para separar caminhões de carga dos veículos com passageiros. Também construímos melhorias no sistema de pista.
O aeroporto tem espaço para crescer?
Não precisamos de obras de ampliação para dar conta da capacidade do terminal. Todos os investimentos são em processos que melhoram a experiência do passageiro, como em segurança. Como em máquinas de raios-X mais modernas. Estamos falando em mais restaurantes e criando mais salas VIPs. As melhorias são para tornar a viagem mais agradável.
Viracopos se tornou alternativa aos aeroportos da capital e de Guarulhos?
Temos uma série de vantagens competitivas que fazem que mesmo os moradores da capital se desloquem para Viracopos para viajar. Somos servidos pelas duas melhores rodovias do Brasil, a Bandeirante e a Anhanguera, com facilidade de acesso e previsibilidade para a chegada, o que não ocorre em outros aeroportos.
Viracopos tem o índice de disponibilidade operacional em condições climáticas adversas melhor do país. Fechamos por clima em torno de seis horas por ano, em média, e diversos aeroportos fecham isso por mês, por serem afetados pelas condições atmosféricas. Também a malha aérea de conexão acima de 100 cidades, que é a maior do país saindo de um único aeroporto. Isso dá oportunidade de opções de viagens muito grande aos passageiros, o que contribui para crescer o volume.
Qual a importância de Viracopos para a economia da região de Campinas?
Além do transporte de pessoas, Viracopos tem uma estrutura de cargas impressionante. Em torno de 40% da carga aérea do Brasil passa por Viracopos. Temos uma importância logística muito grande e Viracopos tem um posicionamento estratégico para o triângulo dourado brasileiro, a área compreendida entre Campinas, São Paulo e Sorocaba. Temos quase 28 companhias aéreas internacionais operando com carga e atendemos mais de 160 destinos no exterior levando e trazendo cargas. Isso gera riqueza.
Quantos empregos diretos o aeroporto gera? E a estimativa de empregos indiretos?
Trabalham aqui diretamente no aeroporto em torno de 7.500 pessoas. Somando com os indiretos, temos mais de 20 mil empregos sustentados pelas atividades de Viracopos.
Como diretor comercial, busca companhias aéreas para Viracopos? E conversa com aeroportos como o de São José?
Dentro da diretoria comercial temos gerência de negócios e linhas aéreas. Ajudamos as companhias a elaborar o estudo de viabilidade técnica e econômica de uma nova rota, com o potencial de passageiros, frequência economicamente viável do voo, tipo de aeronave para atender o público.
A gente identifica onde os passageiros adquirem as passagens para viagens pelo Brasil e para fora, e mostramos às companhias aéreas esses dados, para que elas ofereçam uma opção melhor aos clientes. Temos relação próxima com diversos aeroportos, como o de São José dos Campos, em pesquisa e desenvolvimento de soluções para o setor de aviação civil, segurança operacional, empréstimo de equipamentos. Somos partes de um sistema com todos os aeroportos. Mas comercialmente, somos concorrentes. Temos áreas de colaboração e integração e outras de disputa comercial.
Por fim, como está nesse momento o processo do pedido de relicitação do Aeroporto de Viracopos? Há algum risco de a concessionária ter que abandonar o negócio?
Após ganharmos a licitação para operar o aeroporto por 30 anos, no nosso entendimento, houve o descumprimento de várias cláusulas por parte da Anac. Então, perdemos dinheiro e oportunidade de retorno de investimentos. Em função disso, reduzimos a expectativa de receita do aeroporto e, consequentemente, o pagamento de outorga.
A Anac reconheceu a perda de receita, mas não aceitou a suspensão dos pagamentos e abriu um processo para tomar a concessão. Entramos com pedido de recuperação judicial para não perder a concessão. Fizemos acordo com todos os credores, incluindo a Anac, que concordou em rever os pleitos da concessionária e definir valor de indenização, o que poderia culminar na devolução da concessão. Agora, estamos caminhando no processo de relicitação. Existem conversas com o governo para avaliar de manter a concessão ou licitar o aeroporto de novo.