A retirada de moradores da comunidade Jardim Nova Esperança (Banhado) é aprovada por 47,72% dos moradores de São José dos Campos, como aponta levantamento de OVALE/Sampi/Ágili Pesquisas.
A pesquisa ouviu 590 pessoas entre 4 e 8 de maio. A margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos, com confiança de 95%.
Parcela menor dos entrevistados respondeu ser contrária à saída dos moradoes, com 30,12%. Não souberam ou não responderam foram 22,17% dos entrevistados.
A retirada de moradores do Banhado é um dos maiores desafios da gestão do prefeito de São José dos Campos, Anderson Farias (PSD), que briga na Justiça para que ao menos uma parcela do Banhado seja desocupada e se transforme num parque municipal.
Por outro lado, moradores resistem a sair e entidades como a Defensoria Pública defendem um processo de regularização da comunidade.
DIVISÃO
Na pesquisa, o público masculino é a maior parte dos favoráveis a retirar os moradores do Banhado, com 50,52% das respostas. As mulheres são 45%.
Na estratificação por idade, o maior percentual favorável à saída de moradores do Banhado está na faixa de 60 anos ou mais, com 65,75% dos entrevistados, depois aparecem as faixas de 45 a 59 anos (55,24%), 35 a 44 anos (50,31%), 25 a 34 anos (38,06%) e de 16 a 24 anos (28,21%), o menor percentual.
O maior percentual de contrários à saída está entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, com 47,44% das respostas, seguidos de 25 a 34 anos (38,81%), 45 a 49 anos (25,87%), 35 a 44 anos (23,93%) e 60 anos ou mais (17,81%).
Quanto à escolaridade dos entrevistados, querem mais a saída dos moradores do Banhado os formados no ensino superior (49,52%), depois o médio (47,35%) e o fundamental (43,33%).
Ao contrário, os formados no ensino fundamental são a maioria dos que reprovam a saída dos moradores, com 35%, seguidos do ensino médio (31,15%) e superior (27,14%).
Os moradores da região oeste de São José são os mais favoráveis à retirada da população do Banhado, com 61,02% das respostas. As regiões central e norte empatam com 50% e depois aparecem a sul (47,37%), sudeste (44,23%) e leste (41,94%).
O maior percentual contrário à saída de pessoas do Banhado está na região leste (35,48%), depois na sudeste (30,77%), na sul (30,62%), na central (28,41%), na oeste (25,42%) e na norte (23,21%).
Favorável à permanência dos moradores no Banhado, o historiador Douglas Almeida disse que a comunidade sofre com discriminação e falta de apoio. "Defendo o tombamento do Banhado como patrimônio ambiental, cultural e histórico e imaterial, representado pelos moradores".
"A situação no Banhado é inabitável. Não há condição de morar. Precisamos fazer com que o Banhado seja de todos, com um parque", afirmou o prefeito Anderson Farias.