Agentes também prenderam ex-ajudante de ordens e assessores de Bolsonaro
Por Da redação
São José dos Campos
07/05/2023 - Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
Há um mês no Brasil após temporada nos Estados Unidos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) amanheceu na quarta-feira (3) com a PF (Polícia Federal) batendo em sua porta.
Autorizados pela Justiça, os agentes fizeram buscas e apreensões na residência de Bolsonaro e da mulher Michelle Bolsonaro no Jardim Botânico, em Brasília. O ex-presidente e a ex-primeira-dama estavam na casa no momento das buscas dos policiais.
A PF também prendeu o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, A operação investiga a inserção de dados falsos nos cartões de vacinação contra a Covid-19. Bolsonaro e Michelle ainda tiveram seus celulares apreendidos.
Também foram presos dois assessores especiais -- seguranças do ex-presidente Bolsonaro -- e um ex-secretário de saúde do Rio de Janeiro.
Batizada de ‘Operação Venire’, a PF cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e seis de prisões preventivas, cumpridos em Brasília e no Rio de Janeiro.
As diligências buscam esclarecer a ação de associação criminosa criada para prática dos crimes de implantação de dados falsos de vacinação contra a Covid-19.
Segundo a PF, os fatos configuram, em tese, os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.
A operação, que foi autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, faz parte do inquérito das "milícias digitais" que tramita no Congresso.
A PF informou que as inserções falsas sob suspeita se deram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, e que “tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários”.
A corporação indica que, com a alteração, foi possível a emissão de certificados de vacinação com seu respectivo uso para burla de restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos em meio à pandemia.
A principal suspeita é que Bolsonaro, que sempre alardeou não ter tomado a vacina contra a Covid-19, tenha falsificado seu cartão de vacinação para entrar nos EUA. Também há suspeita de adulteração do cartão de vacinação da própria filha do ex-presidente, Laura Bolsonaro, de 12 anos.
"A apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19", informou a PF.
Em resposta, Bolsonaro afirmou que “não existe” adulteração em seu cartão de vacinação e que nunca pediram a ele comprovante de imunização para “entrar em lugar nenhum”. O ex-presidente disse ainda que sua filha também não se vacinou contra a Covid-19. Segundo ele, só Michelle Bolsonaro tomou o imunizante da Janssen nos Estados Unidos. Em entrevista à Jovem Pan, Bolsonaro chorou ao falar sobre o assunto.