O crime de homicídio se ‘movimenta’ pelo Vale do Paraíba conforme as cidades melhoram o combate à violência, incluindo as atribuições do governo estadual na segurança pública e às das prefeituras, especialmente na área social e em infraestrutura.
Essa ‘circulação criminosa’ é perceptível na análise dos dados oficiais da série histórica da SSP (Secretaria de Estado de Segurança Pública), que começa em 2001.
Entre 2001 e 2013, as grandes cidades do Vale lideraram a violência na região.
Nesse período, São José dos Campos, Taubaté e Jacareí acumularam 2.781 vítimas em homicídios e latrocínios, número que representou 49% do total de 5.677 vítimas de toda a região em igual intervalo. Juntas, as três cidades têm praticamente a metade da população do Vale.
Por sua vez, três municípios do Vale Histórico e do Vale da Fé (Cruzeiro, Lorena e Guaratinguetá) e mais Pindamonhangaba e Caraguatatuba, que têm atualmente as maiores taxas de vítimas de homicídio do estado, registraram 1.416 pessoas mortas em crimes violentos de 2001 a 2013, um percentual de 25% da totalidade do Vale.
A partir de 2013, os homicídios começaram a crescer em maior proporção nas pequenas e médias cidades da região do que nos grandes municípios.
São José, Taubaté e Jacareí têm 1.235 vítimas de 2014 a 2023 e 51% do total do Vale (2.425) no período, com a participação dos três tendo crescido apenas 4% na comparação com o intervalo anterior.
Já as cinco cidades, que somam 23% da população regional, acumulam 1.190 vítimas e 49% da totalidade, com crescimento de 97% ante o período anterior.
A região de Campinas já foi uma das mais violentas do interior de São Paulo, com 937 vítimas de homicídio e latrocínio em 2001, número 3,4 vezes maior do que o de 2022: 273 mortes. Desde então, nestes 22 anos, em 14 a região registra queda comparado ao ano anterior. No 1º bimestre de 2023, a queda é de 2,3%.