Presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais), Marcelo Rech disse que a entidade acompanha com “atenção e preocupação” a criação, via decreto, da Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia.
Embora a desinformação seja um problema real que desafia as democracias, disse a ANJ, a preocupação se acentua pelo fato de não ter havido discussões prévias com setores potencialmente envolvidos e pelo risco de interpretações que possam levar à censura ou intimidações na imprensa e na sociedade como um todo.
“A ANJ entende também que não cabe a governos pretenderem criar uma linha divisória sobre o que é verdade ou não. Nenhum governo democrático definiu com precisão até hoje as fronteiras sobre o que é desinformação e o que são críticas ou manifestações de opinião. Ao contrário, são os regimes autocráticos que começaram a fazer esta regulação, sempre com o sentido de se defender de críticas ou conteúdos que não lhes são simpáticos.”
E completou: “Por isso, esperamos que o decreto seja revisto, no sentido de se evitar a interpretação de que o novo governo persegue objetivos que não se coadunam com a defesa da liberdade de imprensa e de expressão. A ANJ entende também que um ecossistema robusto de jornalismo profissional e independente é o melhor antídoto contra a desinformação”.