14 de dezembro de 2025

Pesquisadores do INPE protestam em São José contra corte de bolsas do CAPES

Por Thais Perez | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
Arquivo Pessoal
Protesto acontece na portaria do INPE

Pesquisadores que fazem do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que fazem parte da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior )estão protestando na manhã desta quinta-feira (8) contra o corte de bolsas do programa. Participam alunos de pós-graduação, mestrandos e doutorandos, que estão sem salários. O corte aconteceu após um decreto do Governo Federal que congelou recursos financeiros do MEC (Ministério da Educação).

No INPE há cerca de 430 estudantes de pós-graduação, desses 150 são bolsistas CAPES e foram diretamente afetados pelos cortes. Segundo os representantes do movimento, alunos de mestrado recebem R$1.500,00 por mês e alunos de doutorado R$2.200,00.

"Toda a área de pesquisa e desenvolvimento de nossos sistemas de monitoramento, dos satélites e toda a tecnologia produzida na instituição está afetada. Estamos reinvidicando nosso direito. Temos um contrato de exclusividade e dependemos totalmente do valor dessas bolsas", afirma Isadora Haddad, uma das bolsistas.

Muitos alunos são de outros estados e voltariam para suas casas durante as festividades, mas isso não será possível este ano. Sem salários, os pesquisadores não podem custear necessidades básicas e essenciais, como pagamento de aluguel. Cerca de 200 mil alunos estão na mesma situação em todo o Brasil.

Leia a íntegra do comunicado da Capes sobre a situação:

"À comunidade acadêmica, aos alunos e aos pesquisadores vinculados à CAPES

A CAPES recentemente sofreu dois contingenciamentos impostos pelo Ministério da Economia, o que a obrigou a tomar imediatamente medidas internas de priorização, adotando como premissa a necessidade urgente de assegurar o pagamento integral de todas as bolsas e auxílios, de modo que nenhuma das consequências dessas restrições viesse a ser suportada pelos alunos e pesquisadores vinculados à Fundação.

Não obstante, mesmo após solucionados os problemas acima, a CAPES foi surpreendida com a edição do Decreto n° 11.269, de 30 de novembro de 2022, que zerou por completo a autorização para desembolsos financeiros durante o mês de dezembro (Anexo II), impondo idêntica restrição a praticamente todos os Ministérios e entidades federais.

Isso retirou da CAPES a capacidade de desembolso de todo e qualquer valor - ainda que previamente empenhado - o que a impedirá de honrar os compromissos por ela assumidos, desde a manutenção administrativa da entidade até o pagamento das mais de 200 mil bolsas, cujo depósito deveria ocorrer até amanhã, dia 7 de dezembro.

Diante desse cenário, a CAPES cobrou das autoridades competentes a imediata desobstrução dos recursos financeiros essenciais para o desempenho regular de suas funções, sem o que a entidade e seus bolsistas já começam a sofrer severa asfixia.

As providências solicitadas se impõem não apenas para assegurar a regularidade do funcionamento institucional da CAPES, mas, principalmente, para conferir tratamento digno à ciência e a seus pesquisadores.

A CAPES seguirá seus esforços para restabelecer os pagamentos devidos a seus bolsistas tão logo obtenha a supressão dos obstáculos acima referidos.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC)."