Com ‘serial killer da floresta’, ‘cemitério maldito’, ‘boneca mal assombrada’, ‘cão do inferno’, ‘espíritos malignos’ e outros casos assustadores, grupo de caçadores de fantasmas do Vale do Paraíba viraliza no Youtube e se aproxima de 1 milhão de inscritos.
A trupe ‘KBC – Caçadores de Fantasmas’ surgiu em Guaratinguetá em 2012 para investigar fenômenos paranormais. Usando equipamentos de última geração, como comunicadores e drones, os caçadores de fantasmas vão atrás de lugares mal assombrados e lendas para “adentrar as fronteiras do desconhecido”.
“Vamos mostrar que o sobrenatural está em todos os lugares, é só você ficar atento”, disse João Paulo Fabrício dos Santos, um dos idealizadores do projeto, que surgiu como um canal de humor e pegadinhas na internet, chamado ‘Kid Boy Chechéu’.
Sobraram as iniciais do nome e a nova missão: mergulhar em investigações de histórias sobrenaturais. Segundo Santos, o trabalho é real e levado a sério pelo grupo, que também conta com Josenir Américo, Gleison Vinícius da Silva e Pedro Henrique.
Um dos membros mais antigos da equipe, Felipe, morreu há dois anos de um câncer na cabeça. Segundo Santos, em uma das investigações do grupo o ex-componente fez contato com os colegas em campo.
“Usamos o ‘Spirit Box’ para comunicar com os espíritos. Trata-se de um rádio modificado nos Estados Unidos, para a transcomunicação via rádio com os espíritos, que usam a própria voz e sons para comunicar. Comunicamos com o Felipe que morreu há dois anos”, disse o fundador.
INVESTIGAÇÕES
O canal do grupo no Youtube já tem 960 mil seguidores e mais de 143,5 milhões de visualizações. Os caça-fantasmas do Vale buscam agora alcançar 1 milhão de inscritos para alavancar as atividades sobrenaturais.
Os caça-fantasmas postam vídeos de investigações de fenômenos inexplicáveis praticamente todos os dias. Na última semana, eles investigaram o serial killer da floresta, que “matava em nome do demônio”. Durante a investigação, os caçadores ouviram uma voz de criança, dizendo: “Cuidado, vocês vão morrer”.
“A gente tenta a comprovação com aparelhos importantes. Compramos da equipe Ghost Hunters, dos EUA. A gente tem o K2, medidor eletromagnético, a caneta laser para detectar os movimentos, como o Knet [do vídeo game]. Usamos o termômetro para ver a temperatura. A temperatura baixa indica presença de espírito. E, se tiver muito quente, algo demoníaco, não é bom detectar”, explicou Santos.
Um dos aparelhos mais utilizados é o ‘Spirit Box’, o rádio modificado que “varre as rádios muito rapidamente e, na varredura, os espíritos usam suas próprias palavras para se comunicar”, disse Santos.
“E temos provas assustadoras de que procede, dá certo. Fomos a casas em que as pessoas reconheceram as vozes dos familiares. Temos provas concretas que realmente funciona”, completou.
FENÔMENOS
Com ações principalmente na parte da noite, as missões do KBC acontecem em matas, florestas mal-assombradas e casas abandonadas, onde eles detectam sempre uma “energia do terreno antigo, coisas de antes da casa ser construída”.
Alguns lugares marcaram mais, como um manicômio abandonado no Rio de Janeiro e o túmulo da Maria Augusta, a loira do banheiro, que está enterrada no Cemitério dos Passos, em Guaratinguetá – ela nasceu na cidade.
Atualmente, o KBC está em busca de novos lugares e novos fantasmas por todo o Vale do Paraíba e em expedições pelo Brasil.
A ideia do grupo é levar pessoas inscritas no canal para participar de algumas das investigações. Pessoas de fora do grupo já podem acompanhar as expedições, desde que sejam maiores de idade.
O grupo já chegou a escalar o Pico dos Marins, em Piquete, para desvendar algo sobre o desaparecimento do escoteiro Marco Aurélio, que despareceu lá em 1985.
“Um dos dez maiores mistérios do mundo. Tivemos respostas interessantes do Spirit Box”, disse Santos.
“Qualquer relato que passam para a gente, tentamos fazer uma pesquisa rápida, procurar alguma coisa ou já vai para o finalmente. A gente tenta provar a existência por aparelhos”, afirmou.
Portanto, não se assuste mais. Pintou uma assombração? Chame os caçadores de fantasmas do Vale.
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