Este será um final de semana de emoções fortes.
Neste sábado, o meu Flamengo enfrenta o Athletico Paranaense na final da Copa Libertadores.
No domingo, vamos decidir o futuro do país com o segundo turno da eleição presidencial.
O futuro que eu quero para o meu país é bem simples.
Quero um país que fortaleça cada vez mais a democracia e que não seja tratado como escória internacional, como acontece com os regimes autoritários.
Quero um país que respeite o meio ambiente e defenda o seu patrimônio verde, um ativo que será cada vez mais respeitado globalmente no contexto das mudanças climáticas.
Quero um país que valorize seus povos originários e promova o respeito às vidas negras, tratando o racismo e a perseguição aos indígenas como crimes hediondos que são.
Quero um país que valorize a ciência e fortaleça o SUS, pois nosso sistema único de saúde voltou a provar, mais uma vez, que é a nossa maior ferramenta para enfrentar as pandemias e as seitas que as negam.
O Brasil que eu quero é o da redução da miséria e da desigualdade, e da promoção do acesso dos mais pobres às universidades.
O Brasil que eu quero é o Brasil do diálogo e da presença pacificadora do Estado, onde a gente pode caminhar nas ruas e entrar em nossas casas sem pedir licença e pagar pedágio para milicianos.
O Brasil que eu quero celebra a liberdade religiosa, mas não usa o aparato do Estado para promover seitas e cultuar o obscurantismo.
No Brasil que eu quero não cabe orçamento secreto, sigilo de cem anos para as suspeitas de crimes da família ou a institucionalização da rachadinha.
No Brasil que eu quero, a condução da economia precisa ser feita de forma responsável, sem o populismo de auxílios emergenciais de ocasião e com controle efetivo da inflação.
Neste país, que pode se desenhar logo amanhã, as diferentes vocações econômicas das diferentes regiões serão respeitadas. O Vale do Paraíba, por exemplo, não cabe na interpretação de mundo simplista que celebra a riqueza das commodities brasileiras.
Somos uma região industrializada, de base tecnológica e de serviços, e esta vocação precisa ser estimulada tanto pelo governo federal como pelo governo estadual.
E o que isso significa? Significa fortalecer os polos e instituições de pesquisa, como o Inpe e o DCTA, retomar efetivamente o programa espacial, estimular o polo aeroespacial, repensar e planejar o futuro da indústria automotiva.
Temos o futuro em nossas mãos e não podemos nos prender a lideranças e governos que estão presos às armadilhas ideológicas do século 20 e tentam até reinterpretar alguns dos episódios mais tristes de nossa história, como o golpe militar de 1964.