"Não conheço", foi a resposta dada pelo porteiro do prédio declarado como domicílio eleitoral pelo candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São José dos Campos. O edifício, que fica no bairro Vila Ema, na zona central da cidade, foi visitado pelo OVALE nesta quinta-feira (22), após o candidato não conseguir responder em uma entrevista em qual bairro iria votar.
Após o 'apagão' na entrevista, o domicílio eleitoral de Tarcísio, que concorre ao governo estadual, foi colocado em xeque novamente por adversários. A Polícia Federal investiga se o endereço de São José dos Campos de fato corresponde à residência do candidato.
Leia mais: No Twitter, Rodrigo e Haddad ironizam 'apagão' de Tarcísio sobre local de votação em São José
Tarcísio alega morar no prédio de luxo desde setembro do ano passado. Perguntado se o candidato reside no local, o porteiro do edifício disse não conhecê-lo. Após a reportagem explicar que se travava do postulante ao governo de São Paulo, o funcionário afirmou que só conseguiria localizá-lo pelo número do apartamento. Nesta tarde, Tarcísio cumpriu agenda eleitoral na cidade de Taubaté.
Um morador, que chegava de carro ao prédio, afirmou que também não conhecia o candidato. "É difícil saber, porque são duas torres", avisou. Outra pessoa, uma mulher que dizia trabalhar no local, disse que nunca o viu no prédio. O edifício fica em uma rua residencial, com poucos comércios.
Leia mais: No mesmo bairro, escola em que Tarcísio vota fica a 2 minutos de onde candidato diz morar
Nesta quinta, OVALE foi até o local de votação do candidato e percorreu a distância da escola até o prédio que Tarcísio declarou como domicílio eleitoral. A pé, o trajeto de 400 metros pode ser superado em dois minutos. O Colégio Saloni, onde Tarcísio vai votar, fica localizado na Rua Padre Rodolfo, na Vila Ema. Ele faz parte zona eleitoral 127, que comporta eleitores dos bairros da zona centro-oeste da cidade, como Esplanada, Aquarius e Vila Ema.
O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) arquivou a investigação contra o domicílio eleitoral do candidato. O promotor eleitoral Luiz Fernando Ambrogi entendeu que as investigações não trouxeram "elementos seguros a justificar o prosseguimento do inquérito, muito menos eventual propositura de ação penal".