27 de julho de 2024
EDITORIAL

Último mês de eleição?


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Urna eletrônica

Falta menos de um mês para o encontro dos eleitores com as urnas eletrônicas no primeiro turno, que será no dia 2 de outubro. E, a cada dia que passa, cresce a possibilidade de que seja preciso efetuar mais dois votos no segundo turno, quatro semanas depois, no dia 30.

Na política tudo é possível. Cenários podem mudar drasticamente em pouco tempo. Mas, na disputa pelo governo de São Paulo, dá para cravar que a decisão ficará para o fim de outubro. Uma vaga no segundo turno está praticamente definida para Fernando Haddad (PT), nome quase de consenso no eleitorado de esquerda. A outra está entre Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB), que disputam o voto da centro-direita. Por enquanto, o ex-ministro aparece como favorito diante do atual governador, que busca a reeleição.

Na disputa pela Presidência, a grande dúvida é se haverá segundo turno entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) ou se a definição ocorrerá já no dia 2 de outubro, com a vitória do ex-presidente. Pela evolução das últimas pesquisas, a tendência é de que o petista não supere a marca de 50% dos votos válidos no primeiro turno. Mas ainda é cedo para cravar.

O principal fator de indefinição é que tanto Lula quanto Bolsonaro têm ficado praticamente imóveis nas principais pesquisas. Hoje, o que aumenta as chances de um segundo turno é o crescimento de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), que não é suficiente para convertê-los em candidaturas com chance de vitória, mas ajuda o atual presidente a empurrar a definição para o segundo turno.

Pelo lado de Lula, a principal arma é o chamado voto útil, que pode desidratar Ciro e Tebet na reta final. O principal entrave é o recrudescimento do antipetismo, já que a rejeição do ex-presidente tem subido. Pelo lado de Bolsonaro, a principal aposta é justamente tentar aumentar a rejeição de Lula. Já o principal obstáculo é que a rejeição ao presidente continua em patamares ainda maiores, acima de 50%.

Na teoria, um segundo turno é importante para contrapor as principais propostas dos dois candidatos mais fortes em uma eleição. Na prática, é difícil esperar que isso ocorra. Propostas? Infelizmente temos ouvido poucas até agora. Seja até o dia 2 de outubro ou até o dia 30, veremos muito mais ataques do que ideias.