15 de dezembro de 2025

Brigadeiro de colher


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Chocolate, leite condensado, creme de leite e castanhas: hummmmmm!

Aposto que muita gente, mal bateu os olhos na foto, falou:

“Nossa! Essa receita é muito calórica, quantos ingredientes engordativos!” De fato, dou a mão à palmatória. Tudo nesta receita é hipercalórico. Então, por que trago a tentação para a página, se defendo uma cozinha saborosa mas saudável? Seguinte. Estamos no mês de outubro, celebramos nele a infância, e não apenas a dos que têm menos de dez anos, mas a de todos os que mantêm aquela vitalidade de alma, pronta a descobrir e nomear o novo. Então, é imperativo trazer uma receita para os todos os infantes. E de que doçura nos lembramos quando falamos em meninos e meninas buscando alguma coisa para comer depois de muita brincadeira? Brigadeiro, bingo! É por excelência doce da infância e bem brasileiro. Desde o ano passado faz sucesso em Manhatan, levado que foi por uma mineira esperta que o fabrica com capricho adaptando-o ao gosto americano ou seja, um pouquinho menos doce do que o nosso padrão nacional. O brigadeiro tradicional é o de bolinha, enrolado na mão, passado em granulado de chocolate ou em confeitos coloridos, depois acomodado em forminhas de papel. São os doces mais disputados nos aniversários. E há algum tempo, nos batizados também: no de meu neto João, servimos em copinhos, que é outro jeito prazeroso de consumi-lo. A vantagem é que você come só um pouquinho e nisso está o segredo. O problema dos alimentos calóricos é a quantidade. Faça como os franceses, que são magros apesar de experimentarem de tudo, nenhuma restrição à mesa, apenas noção de quantidades. Um copinho de brigadeiro não vai alterar a silhueta de ninguém, garanto. As crianças estão liberadas, pois gastam todas as energias acumuladas em brincadeiras.

Sobre o nome, já tratamos há algum tempo neste mesmo espaço. Ele faz referência ao brigadeiro Eduardo Gomes, homem bonito que foi candidato à Presidência da República e perdeu para Eurico Dutra em 1945. Há muita mitologia na história, segundo a qual os docinhos inventados por eleitoras para arrecadar recursos de campanha (!) agradaram tanto ao candidato que ele lhes emprestou seu nome. O doce do Brigadeiro em algum momento virou só brigadeiro. Mas a guloseima já existia, pois fora criada pelas donas de casa desafiadas pelo leite condensado que acabava de chegar ao mercado. Entre nós, por causa da imagem no rótulo, passou a se chamar “ leite da moça” e, em pouco tempo, leite Moça. Dois fenômenos da língua na composição do docinho que na nossa sugestão ganha acréscimo de castanha do Pará triturada esse detalhe que garante um sabor muito tropical e uma aparência irresistível.

Se quiser experimentar, é rápido e fácil, além de econômico. Separe os ingredientes conforme a lista. Coloque numa panela de alumínio pequena e grossa o leite condensado, a manteiga, o chocolate (pode ser tablete ralado, como aparece no nosso passo a passo, ou o tradicional chocolate do padre, em pó). Leve ao fogo e mexa enquanto durar o processo, ou seja, mais ou menos 10 minutos. Estará no ponto quando aparecer o fundo da panela. Neste momento, desligue a chama. Deixe esfriar um pouquinho e acrescente o creme de leite e metade da castanha ralada ou triturada no liquidificador. Mexa bem e coloque em copinhos ou tacinhas de licor. Arremate a superfície com o restante da castanha ralada. Deixe esfriar completamente e sirva. Se desejar, coloque uns minutinhos na geladeira.

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