INVESTIGAÇÃO

Espeto artesanal e louça quebrada: detento é atacado em presídio

Por Da redação | Potim
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Caso aconteceu em penitenciária de Potim
Caso aconteceu em penitenciária de Potim

A Polícia Civil investiga uma tentativa de homicídio que ocorreu dentro de presídio do Vale do Paraíba. Um preso tentou matar um colega de cela usando um espeto artesanal e pedaços de louça quebrada de um vaso sanitário.

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A agressão aconteceu dentro da Penitenciária 1 de Potim, na manhã de sábado (6). A vítima sofreu diversos ferimentos e foi levada para atendimento médico na Santa Casa de Aparecida.

O caso foi registrado na Delegacia Seccional de Guaratinguetá. De acordo com o boletim de ocorrência, a violência aconteceu por volta de 6h20 em cela da unidade prisional. O inquérito foi registrado como crime tentado de homicídio, com autoria conhecida, tendo como indiciado um homem de 35 anos. A vítima é outro preso de 29 anos.

Segundo relataram dois policiais penais à Polícia Civil, eles exerciam suas funções na Penitenciária 1 de Potim quando perceberam a agressão na cela 8. Um agente contou que, ao se aproximar da porta, viu a vítima ajoelhada enquanto o indiciado, em pé, desferia golpes com um objeto perfurante artesanal (espeto) contra o detento, em uma ação que só foi interrompida com a intervenção da equipe.

O agente penitenciário abriu o ferrolho da cela, acionou apoio da chefia e determinou que os demais presos se afastassem, sentando-se ao fundo, para garantir segurança durante a intervenção. Ainda assim, a luta corporal continuou, com agressor e vítima rolando pelo chão até que os agentes conseguiram separá-los.

Violência.

Outro policial penal confirmou que, ao entrar na cela, viu o homem desferindo golpes não só com o espeto artesanal, mas também com fragmentos do vaso sanitário de louça, usados como arma cortante. Esses pedaços de louça e o espeto foram recolhidos e apreendidos pela Polícia Científica.

Os policiais relataram que a vítima apresentava lesões visíveis, incluindo sangramento, ferimentos nas mãos, escoriações na cabeça e inchaço nos lábios. Já o autor não tinha ferimentos relevantes aparentes.

Após os primeiros cuidados na enfermaria da própria unidade, a vítima foi encaminhada para uma avaliação mais completa na Santa Casa de Aparecida, onde permaneceu em observação, o que impediu seu depoimento à polícia.

Depois de contido, o detento agressor foi algemado e levado para o regime de disciplina, setor reservado a presos que cometem falta grave dentro do sistema prisional.

O histórico do boletim afirma que a equipe avalia que ele “teria tentado ceifar a vida da vítima, utilizando instrumentos perfurantes e cortantes de forma contínua, sendo impedido apenas pela intervenção dos agentes penitenciários”.

Flagrante.

No despacho, o delegado de plantão em Guaratinguetá entendeu que havia estado de flagrância, mesmo com o intervalo entre o fato e o registro, justificando o tempo pelas providências de isolamento do preso agressor e pelo socorro à vítima, que segue internada. Por isso, determinou o auto de prisão em flagrante.

Também foram requisitados exame de corpo de delito na vítima e perícia nos objetos apreendidos – o espeto e os seis pedaços de louça do vaso sanitário –, para reforçar a caracterização da tentativa de homicídio no presídio de Potim.

O caso será encaminhado ao Ministério Público e à Justiça para audiência de custódia, onde o flagrante poderá ser convertido em prisão preventiva, mantendo o indiciado preso durante o andamento do processo.

A motivação para o ataque ainda é desconhecida. Segundo os relatos colhidos pela Polícia Civil, nem vítima nem agressor deram explicações claras sobre o que teria provocado a agressão, informando apenas que o ataque foi repentino, o que reforça a necessidade de aprofundamento da investigação interna na unidade prisional.

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