DESPEDIDA

Adeus, Ana Júlia: assassinato de jovem de 22 anos choca o Vale

Por Da redação | Aparecida
| Tempo de leitura: 5 min
Reprodução/Redes Sociais
Ana Júlia Jacinto Resende tinha 22 anos
Ana Júlia Jacinto Resende tinha 22 anos

A morte da jovem Ana Júlia Jacinto Resende, de 22 anos, comoveu e chocou a região pela violência. Ela estava dentro de um carro quando foi morta em um ataque a tiros, na madrugada de domingo (7), entre Guaratinguetá e Aparecida. Ao menos outras três pessoas também estavam na linha de fogo dos atiradores.

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O caso é investigado pela Polícia Civil como homicídio consumado e tentativa de homicídio, com autoria ainda desconhecida.

Ana Júlia era muito conhecida e querida por moradores das cidades de Aparecida e Potim. Nas redes sociais, centenas de pessoas publicaram mensagens lamentando a morte da jovem e consolando os pais.

“Triste demais. Era uma menina maravilhosa. Que Deus e Nossa Senhora confortem todos da família”, disse Jaqueline Ferreira.

“Meus sentimentos à família, em especial à mãe. Que Deus conforte o coração de todos. Julinha, como eu chamava, vai em paz e Nossa Senhora e nosso Deus te recebam de braços abertos”, afirmou Lúcia Xavier.

“Meu Deus, é muito difícil de acreditar nessa perda tão grande. Ana Júlia vai ser lembrada sempre”, disse Cris Apae.

Ceiça Monte Vidal comentou: “Muito triste uma jovem que tinha uma vida inteira pela frente! Que Deus possa confortar o coração de todos os familiares e amigos! Meus sentimentos”.

Juliana M. de Paula escreveu “Que tristeza! Tão jovem, com um futuro inteiro pela frente! Que Deus tenha misericórdia dessa família enlutada”.

“Meus sinceros sentimentos à mãe e toda a família. Quando uma mãe chora, todas nós mães choramos juntas também! Que Deus e Nossa Senhora Aparecida confortem o seu coração e dos familiares, sinta-se abraçada”, disse Laah Siqra.

Silvana Lima lamentou: “Por que tanta violência meu Deus?”. Luciene Polycarpo escreveu: “Até agora não estou acreditando. Você nunca será esquecida, Ana Júlia, menina linda por dentro e por fora, educada. Meus sentimentos a todos os familiares. Estou orando”.

O crime.

Segundo o boletim de ocorrência, Ana Júlia estava em uma Land Rover Range Rover Evoque vermelha acompanhada de três pessoas: duas mulheres e um homem que dirigia o veículo.

O grupo passou a madrugada em uma festa na Sociedade Hípica de Guaratinguetá e, após o evento, seguiu para o bairro Ponte Alta, em Aparecida, para comer pastel em uma barraca.

Na volta, já dentro do carro, ao passarem próximo a um viaduto na região do estádio “Penidão”, em Aparecida, os ocupantes relataram ter ouvido vários disparos de arma de fogo. Ana Júlia, que estava no banco traseiro direito, foi atingida e começou a perder muito sangue. Outra mulher no carro contou que gritou para todos se abaixarem dentro do veículo, enquanto tentava estancar o ferimento da amiga com lenços.

Diante da gravidade, o grupo seguiu primeiro para o Santuário Nacional de Aparecida, em busca de ajuda, onde o veículo aparece em imagens de câmeras de segurança por volta das 5h14.

Nessas imagens, a polícia identificou a presença de um quinto ocupante, um homem que desce do banco do carona e é abordado por um funcionário do local. Em seguida, o carro deixa o Santuário e segue para o pronto-socorro de Aparecida, onde Ana Júlia é retirada nos braços pelo motorista e levada para atendimento. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade.

Após deixar a vítima no hospital, o motorista saiu sozinho com o veículo e, segundo relatou à polícia, abandonou a Land Rover na rua Camélias, no bairro Clube dos 500, em Guaratinguetá, afirmando estar com medo de possíveis represálias do atirador.

De lá, entrou em contato com um amigo vereador de Aparecida, que o levou de volta ao hospital. O acionamento da Polícia Militar, porém, foi feito pelo próprio pronto-socorro, e não pelos ocupantes do carro.

A PM localizou o utilitário de luxo com ao menos quatro perfurações de tiros, na traseira e lateral direita, e acionou a perícia. Um fragmento de projétil foi recolhido no veículo. O carro, registrado em nome de um proprietário de Lorena, foi apreendido.

Contradições.

Em depoimento, uma das ocupantes do carro confirmou a presença de um amigo do motorista no banco da frente do veículo, um homem casado que teria sido deixado no Santuário antes de o grupo seguir ao pronto-socorro.

Já a outra passageira negou a existência desse quinto ocupante, afirmando que apenas quatro pessoas estavam no carro. As imagens de segurança, no entanto, mostram claramente um homem descendo do veículo na Basílica e sendo deixado no local, antes do socorro à vítima.

O motorista, inicialmente, também omitiu a presença desse homem, mas, após ser confrontado com as imagens, admitiu que havia um amigo com ele. Mesmo assim, se recusou a revelar sua identidade, alegando que o homem é casado e não queria “prejudicá-lo”. Informações preliminares colhidas por policiais indicam que esse quinto ocupante poderia ser o real alvo dos disparos, hipótese que agora é apurada pela investigação.

Diante das contradições e omissões, a Polícia Civil decidiu apreender os celulares dos ocupantes do carro, com o objetivo de aprofundar a análise de contatos, mensagens e ligações que possam esclarecer a motivação do crime e a identidade do possível alvo. As duas mulheres autorizaram acesso aos dados. O motorista negou consentimento.

Durante as diligências, a Polícia Militar também localizou uma cápsula de munição no possível local dos disparos, próximo ao trajeto informado pelas vítimas. Foi registrado um segundo boletim específico para viabilizar a perícia de local de disparo, vinculado a este caso.

O inquérito será conduzido pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Guaratinguetá, que deverá reunir laudos periciais, imagens de câmeras, quebras de sigilo (se autorizadas pela Justiça) e novos depoimentos para esclarecer quem era o quinto ocupante do veículo, se ele era o verdadeiro alvo dos tiros, de onde partiram os disparos (veículo, moto ou atirador a pé) e a motivação do ataque. Até o momento, ninguém foi preso pelo crime, e a autoria permanece desconhecida.

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