
O Vale do Paraíba foi a região mais violenta do Estado em 2024, repetindo um cenário que, infelizmente, já se perpetua há anos.
Esse é um fato a ser lamentado.
Os dados são oficiais: a região lidera o ranking paulista da violência com 8 das 11 cidades com as mais altas taxas de homicídio do Estado, segundo informações da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo. O ranking reúne as 100 maiores cidades do Estado e foi revelado por OVALE na semana passada. O indicador leva em conta o número de vítimas de homicídios em 2024. Nesse período, a RMVale somou 295 pessoas mortas contra 316 em 2023 --uma redução de 6,65%, que representou 21 vidas perdidas a menos.
A queda do número de homicídios anual, no entanto, não foi suficiente para tirar a região do topo do mapa da violência.
O mais grave é que esse cenário está cristalizado há anos, atravessa governos, com oscilações breves, para baixo ou para cima, prova que, infelizmente, as medidas adotadas até aqui para reverter esse cenário não têm sido eficazes. O que falta fazer? Mais investimentos em viaturas, armamentos e inteligência; mais gente nas corporações; uso maciço de tecnologia contra o crime; maior integração entre municípios, Estado e União?
Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp.
Esse é o desafio que se impõe às autoridades e forças de segurança.
É certo que a maior parte dos municípios da região reduziu a taxa de homicídios na comparação com os dados de 2023. É certo que há exemplos positivos nessa história, como São José dos Campos, que coleciona bons índices na Segurança Pública graça a uma ação focada em tecnologia, trabalho integrado e reforço da Guarda Civil Municipal. É certo que esse não é problema apenas do governo Tarcísio de Freitas, uma vez que a violência na RMVale está crítica há anos.
Mas, temos 8 cidades no topo do “mapa da violência”: Cruzeiro (30,68 vítimas por 100 mil habitantes), Guaratinguetá (25,41), Lorena (23,57), Caraguatatuba (22,24), Pindamonhangaba (019,95), Caçapava (18,71), Ubatuba (15,06) e São Sebastião (11,04). Oito em 11 cidades de São Paulo onde o índice de homicídios é considerado alarmantes.
Note bem: são índices superiores à média do Estado.
O diagnóstico aponta que as mortes violentas na região estão ligadas, em grande parte, ao confronto entre facções rivais pelo controle do tráfico de drogas. Isso ocorre, principalmente, na região do Vale Histórico e no Litoral Norte. O próprio governador Tarcísio de Freitas admitiu esse cenário de conflito no ano passado.
Diagnóstico feito, quais serão os remédios adotados para conter a violência?
A bola está com o Estado, que aposta na chamada “Muralha Paulista” para conter a criminalidade. Projeto antigo, ele foi retomado pelo governo Tarcísio, que tem na área da Segurança Pública uma de suas prioridades. Vale a pena insistir nele e esperar que ele, enfim, saia efetivamente do papel e ajude a RMVale a sair dessa incômoda posição de região mais violenta do Estado. Vamos ficar atentos ...