SÃO JOSÉ

Presidente do União, Elton lamenta voto pró-governo de Renato

Por Julio Codazzi | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Cleverson Nunes/CMSJC
Renato Santiago é o único vereador do União Brasil em São José
Renato Santiago é o único vereador do União Brasil em São José

O presidente municipal do União Brasil em São José dos Campos, deputado estadual Dr. Elton, lamentou nessa quarta-feira (5) o posicionamento do único vereador do partido na Câmara, Renato Santiago, que votou contra a oposição ao governo do prefeito Anderson Farias (PSD) na primeira sessão ordinária do ano.

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Nessa terça-feira (4), Renato ajudou o governo e a barrar requerimentos da oposição. "Acredito que os votos que o elegeram esperavam dele postura diferente na votação, mais de cobrar e fiscalizar o governo e jamais de votar pela falta de transparência, como aconteceu. A solicitação [dos requerimentos] era sobre informações mediante apontamento do Tribunal de Contas, que alegou a redução na demanda reprimida de consultas, exames médicos e procedimentos cirúrgicos eletivos, assim como solver a falta de medicamentos indicada pela equipe de inspeção", disse Elton.

O deputado estadual foi candidato a prefeito de São José e, no segundo turno, apoiou Eduardo Cury (PL) contra Anderson. "O partido não faz parte da base do governo conforme posicionamento na campanha. Esta não foi a minha orientação partidária", disse o presidente municipal do União Brasil".

Orientação.

Dois dias após o segundo turno da eleição municipal do ano passado, quando Anderson derrotou Cury, o PL e a federação PSDB-Cidadania emitiram notas públicas em que manifestaram que os partidos fariam oposição ao governo. O PL elegeu cinco vereadores (Anderson Senna, Lino Bispo, Roberto Chagas, Sérgio Camargo e Thomaz Henrique), o PSDB dois (Fernando Petiti e Sidney Campos) e o Cidadania um (Carlos Abranches).

Na sequência, a futura oposição se reuniu em um grupo de 11 vereadores eleitos, dos quais também faziam parte Amélia Naomi (PT), Juliana Fraga (PT) e Renato Santiago. Em pelo menos quatro reuniões realizadas até o fim de 2024, o grupo combinou que elegeria maioria na Mesa Diretora e nas comissões permanentes.

Na eleição da Mesa Diretora, realizada de forma secreta em 1º de janeiro, a oposição teve apenas nove dos 11 votos, e o governo, com 12, saiu vencedor. Ao perder maioria também nas comissões permanentes, a oposição permitirá que a base aliada mantenha a blindagem adotada na legislatura anterior para barrar projetos que contrariam o prefeito.

Nessa terça-feira, em votação aberta, dois vereadores que pertenciam ao grupo dos 11 votaram contra os requerimentos da oposição: Sidney Campos e Renato Santiago.

Renato.

À reportagem, Renato afirmou que não recebeu nenhuma orientação do partido para fazer oposição ao governo na Câmara. "Não tive nenhuma orientação quanto a isso".

Renato também negou ter traído a oposição. "Nós fizemos várias reuniões com 11 vereadores. Sempre acreditei que a Câmara precisa ser independente, precisa ter autonomia para trabalhar. Não pode ficar a mercê da Prefeitura. Até dia 1º de janeiro, eu estava com esse grupo. Mas, na votação [da Mesa Diretora], dois [vereadores] não cumpriram o combinado. Não fui eu. Logo depois, eu mandei mensagem ao grupo dizendo que, devido a tudo que tinha acontecido, passaria a votar de forma independente".

O vereador também justificou a votação contra os requerimentos da oposição nessa terça-feira. "Vi que era uma manobra. Ninguém coloca 30 requerimentos na primeira sessão. Se tiver algum requerimento, daqui para frente, que ache que seja viável, eu voto favorável", disse.

Renato também minimizou a diferença de posicionamento com Dr. Elton. "O Elton tem a posição dele, sempre falou que vai fazer oposição. Acho que ele gostaria que eu estivesse junto nesse processo, mas sempre tive a minha liberdade de decidir. E não abro mão disso", disse. "Hoje estou mais para a base [aliada] do que para 'independente'. Mas não teve troca de cargos, não teve nada".

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