EDITORIAL

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Câmeras corporais da polícia: abre o olho, Tarcísio

Câmeras corporais da polícia: abre o olho, Tarcísio

Governador erra ao congelar avanço e reduzir despesas do Olho Vivo, programa de câmeras corporais para a PM

Governador erra ao congelar avanço e reduzir despesas do Olho Vivo, programa de câmeras corporais para a PM

18/11/2023 | Tempo de leitura: 2 min



18/11/2023 - Tempo de leitura: 2 min

Após mais de 10 meses de mandato, é preocupante a atuação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com relação ao programa das câmeras corporais para os policiais.

A iniciativa, que havia obtido resultados positivos nos últimos anos, teve sua expansão congelada na gestão do novo governador. E, para piorar, no mês passado, o programa Olho Vivo, como é chamado, perdeu R$ 15 milhões, o que representa um corte de 10% no orçamento inicialmente previsto para esse ano para as câmeras.

Tarcísio, que sempre se apresentou como um ‘quadro técnico’ enquanto era ministro do então presidente Jair Bolsonaro (PL), não tem observado critério técnico algum ao tocar - ou, mais precisamente, ao deixar de tocar - o programa. O que também não causa nenhum espanto, já que na eleição de 2022 o então candidato a governador chegou a dizer que as câmeras atrapalhavam o trabalho dos policiais e que pretendia rever a iniciativa. Na campanha, após a repercussão negativa do discurso, ele recuou. Já no cargo, embora não exponha publicamente essa intenção, trata o Olho Vivo com um desprezo que visa agradar seu eleitorado mais fiel, os bolsonaristas.

Se adotasse um olhar técnico sobre o caso, Tarcísio veria que o programa, que foi incorporado pela Polícia Militar de São Paulo em 2020, foi o principal responsável pela redução de 63,7% da letalidade policial geral nos dois primeiros anos, em 2021 e 2022. Essa queda foi de 76,2% nos batalhões que utilizavam as câmeras, e de 33,3% nos batalhões que não aderiram ao sistema.

No entanto, entre os números positivos do programa e o interesse eleitoreiro, Tarcísio ficou com o segundo. Em 10 meses e meio, seu governo não ampliou o número de câmeras, que segue o mesmo desde o início do ano - 10 mil equipamentos. Também não condenou o fato de que apenas quatro dos 20 policiais envolvidos na Operação Escudo, que resultou na morte de pelo menos 28 pessoas no litoral paulista, estivessem com as câmeras corporais. Para surpresa de ninguém, a letalidade policial em São Paulo subiu 10% nos primeiros seis meses desse ano.

As câmeras protegem tanto os bons policiais quanto a sociedade. Não existe argumento  técnico e sentato que justifique ser contra o programa.

Após mais de 10 meses de mandato, é preocupante a atuação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com relação ao programa das câmeras corporais para os policiais.

A iniciativa, que havia obtido resultados positivos nos últimos anos, teve sua expansão congelada na gestão do novo governador. E, para piorar, no mês passado, o programa Olho Vivo, como é chamado, perdeu R$ 15 milhões, o que representa um corte de 10% no orçamento inicialmente previsto para esse ano para as câmeras.

Tarcísio, que sempre se apresentou como um ‘quadro técnico’ enquanto era ministro do então presidente Jair Bolsonaro (PL), não tem observado critério técnico algum ao tocar - ou, mais precisamente, ao deixar de tocar - o programa. O que também não causa nenhum espanto, já que na eleição de 2022 o então candidato a governador chegou a dizer que as câmeras atrapalhavam o trabalho dos policiais e que pretendia rever a iniciativa. Na campanha, após a repercussão negativa do discurso, ele recuou. Já no cargo, embora não exponha publicamente essa intenção, trata o Olho Vivo com um desprezo que visa agradar seu eleitorado mais fiel, os bolsonaristas.

Se adotasse um olhar técnico sobre o caso, Tarcísio veria que o programa, que foi incorporado pela Polícia Militar de São Paulo em 2020, foi o principal responsável pela redução de 63,7% da letalidade policial geral nos dois primeiros anos, em 2021 e 2022. Essa queda foi de 76,2% nos batalhões que utilizavam as câmeras, e de 33,3% nos batalhões que não aderiram ao sistema.

No entanto, entre os números positivos do programa e o interesse eleitoreiro, Tarcísio ficou com o segundo. Em 10 meses e meio, seu governo não ampliou o número de câmeras, que segue o mesmo desde o início do ano - 10 mil equipamentos. Também não condenou o fato de que apenas quatro dos 20 policiais envolvidos na Operação Escudo, que resultou na morte de pelo menos 28 pessoas no litoral paulista, estivessem com as câmeras corporais. Para surpresa de ninguém, a letalidade policial em São Paulo subiu 10% nos primeiros seis meses desse ano.

As câmeras protegem tanto os bons policiais quanto a sociedade. Não existe argumento  técnico e sentato que justifique ser contra o programa.

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