TRAMITAÇÃO

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Texto que visa impedir a demolição sem prévia notificação em São José poderá ser votado

Texto que visa impedir a demolição sem prévia notificação em São José poderá ser votado

Projeto protocolado pela oposição conseguiu superar a barreira que a base governista costuma montar para barrar as propostas nas comissões permanentes

Projeto protocolado pela oposição conseguiu superar a barreira que a base governista costuma montar para barrar as propostas nas comissões permanentes

Por Da Redação | 18/09/2023 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos

Por Da Redação
São José dos Campos

18/09/2023 - Tempo de leitura: 2 min

Flavio Pereira/CMSJC

Plenário da Câmara de São José dos Campos

A Câmara de São José dos Campos poderá votar em plenário o projeto que visa retirar da legislação municipal a possibilidade de que a Prefeitura faça a demolição de construções sem prévia notificação e contraditório por parte dos proprietários.

O texto, que foi apresentado por quatro vereadores da oposição ao governo Anderson Farias (PSD) - Thomaz Henrique (Novo), Dr. José Claudio (PSDB), Dulce Rita (PSDB) e Walter Hayashi (PSC) -, obteve parecer favorável de uma comissão permanente.

Pelo Regimento Interno, apenas projetos com parecer favorável de ao menos uma comissão podem ser votados em plenário - a base governista costuma usar essa exigência para barrar as propostas da oposição ainda nas comissões, mas dessa vez isso não funcionou.

COMISSÕES.
Pela Comissão de Justiça, Redação e Direitos Humanos, os três vereadores votaram contrário o projeto - Zé Luís (PSD), Robertinho da Padaria (Cidadania) e Milton Vieira Filho (Republicanos) são da base governista.

Pela Comissão de Planejamento Urbano, Obras e Transportes, Marcão da Academia (PSD), que é governista, se manifestou contra, mas Fernando Petiti (MDB) e Lino Bispo (PL) foram a favor.

O voto não usual, no caso, foi de Lino Bispo, que costumava votar junto com a base governista, mas tem adotado uma postura mais independente nos últimos meses - o PL, partido de Lino, pretende lançar candidato à Prefeitura em 2024.

LEGISLAÇÃO.
A autorização para a demolição de construções sem prévia notificação e contraditório está na redação atual do Código de Edificações de São José, que foi alterada em fevereiro de 2022 após a Câmara aprovar uma proposta do então prefeito Felicio Ramuth (PSD).

A norma autoriza a "demolição sumária e apreensão de materiais de construção" quando "constatada a construção sem autorização, em fase inicial, sem condições de habitabilidade e sem a possibilidade de regularização" em "núcleos urbanos informais consolidados ou em início de implantação irregular".

Nos demais casos, a lei exige que o proprietário do imóvel seja notificado previamente e possa se justificar em dois dias úteis.

PROJETO.
O projeto exige "prévia notificação e o contraditório nos casos de demolições de núcleos urbanos informais consolidados ou em início de implantação irregular que não forem objeto de invasão ou áreas públicas municipais", além de vedar "qualquer demolição sem processo administrativo que contenha laudos e documentação comprobatória".

Na proposta, os vereadores alegam que "ainda que se compreenda a necessidade de conter o avanço de núcleos irregulares, as cláusulas adotadas na legislação são draconianas e eliminam a possibilidade da ampla defesa e do contraditório", que são "princípios constitucionais basilares de nossa democracia".

Em julho, quando o projeto foi protocolado, a Prefeitura informou que não se manifestaria sobre a proposta. Na ocasião, o município também não informou quantos imóveis foram demolidos sem notificação desde que a lei entrou em vigor, em fevereiro do ano passado.

A Câmara de São José dos Campos poderá votar em plenário o projeto que visa retirar da legislação municipal a possibilidade de que a Prefeitura faça a demolição de construções sem prévia notificação e contraditório por parte dos proprietários.

O texto, que foi apresentado por quatro vereadores da oposição ao governo Anderson Farias (PSD) - Thomaz Henrique (Novo), Dr. José Claudio (PSDB), Dulce Rita (PSDB) e Walter Hayashi (PSC) -, obteve parecer favorável de uma comissão permanente.

Pelo Regimento Interno, apenas projetos com parecer favorável de ao menos uma comissão podem ser votados em plenário - a base governista costuma usar essa exigência para barrar as propostas da oposição ainda nas comissões, mas dessa vez isso não funcionou.

COMISSÕES.
Pela Comissão de Justiça, Redação e Direitos Humanos, os três vereadores votaram contrário o projeto - Zé Luís (PSD), Robertinho da Padaria (Cidadania) e Milton Vieira Filho (Republicanos) são da base governista.

Pela Comissão de Planejamento Urbano, Obras e Transportes, Marcão da Academia (PSD), que é governista, se manifestou contra, mas Fernando Petiti (MDB) e Lino Bispo (PL) foram a favor.

O voto não usual, no caso, foi de Lino Bispo, que costumava votar junto com a base governista, mas tem adotado uma postura mais independente nos últimos meses - o PL, partido de Lino, pretende lançar candidato à Prefeitura em 2024.

LEGISLAÇÃO.
A autorização para a demolição de construções sem prévia notificação e contraditório está na redação atual do Código de Edificações de São José, que foi alterada em fevereiro de 2022 após a Câmara aprovar uma proposta do então prefeito Felicio Ramuth (PSD).

A norma autoriza a "demolição sumária e apreensão de materiais de construção" quando "constatada a construção sem autorização, em fase inicial, sem condições de habitabilidade e sem a possibilidade de regularização" em "núcleos urbanos informais consolidados ou em início de implantação irregular".

Nos demais casos, a lei exige que o proprietário do imóvel seja notificado previamente e possa se justificar em dois dias úteis.

PROJETO.
O projeto exige "prévia notificação e o contraditório nos casos de demolições de núcleos urbanos informais consolidados ou em início de implantação irregular que não forem objeto de invasão ou áreas públicas municipais", além de vedar "qualquer demolição sem processo administrativo que contenha laudos e documentação comprobatória".

Na proposta, os vereadores alegam que "ainda que se compreenda a necessidade de conter o avanço de núcleos irregulares, as cláusulas adotadas na legislação são draconianas e eliminam a possibilidade da ampla defesa e do contraditório", que são "princípios constitucionais basilares de nossa democracia".

Em julho, quando o projeto foi protocolado, a Prefeitura informou que não se manifestaria sobre a proposta. Na ocasião, o município também não informou quantos imóveis foram demolidos sem notificação desde que a lei entrou em vigor, em fevereiro do ano passado.

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