HOMICÍDIOS

HOMICÍDIOS

Conflitos pessoais matam mais de 21 vezes do que o tráfico em São José, aponta polícia

Conflitos pessoais matam mais de 21 vezes do que o tráfico em São José, aponta polícia

Anuário da Polícia Civil mostra que problemas entre pessoas matam mais do que casos de tráfico na cidade

Anuário da Polícia Civil mostra que problemas entre pessoas matam mais do que casos de tráfico na cidade

Por Xandu Alves | 16/09/2023 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos

Por Xandu Alves
São José dos Campos

16/09/2023 - Tempo de leitura: 2 min

Divulgação

Polícia Civil em São José

Os conflitos entre pessoas matam 21 vezes mais do que os casos ligados ao tráfico de drogas em São José dos Campos.

É o que mostra o Anuário de Homicídios, relatório da 3ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Homicídios da Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais). Os dados referem-se a 2022.

No ano passado, a maior cidade do Vale do Paraíba registrou 46 vítimas em homicídios, todas elas do sexo masculino.

Os números mostram que 43 dos 46 homicídios em São José em 2022 foram motivados por conflitos interpessoais, contra duas mortes atribuídas ao tráfico e uma ao dolo eventual -- acidentes (homicídio doloso).

Dos 43 casos de conflito, 36 foram de problemas entre pessoas conhecidas e desconhecidas, como brigas em geral.

Cinco vítimas foram atribuídas a conflitos entre casais e companheiros, categoria que envolve relações de gênero.

Outras duas mortes foram por conflitos entre familiares.

Responsável pela Delegacia de Homicídios de São José, o delegado Neimar Camargo Mendes disse que essas situações ocorrem há tempos.

"Há cada caso absurdo de homicídio. Motivações de brigas por ciúmes, brigas de bar e outros conflitos diversos."

AGRESSIVIDADE

O aumento da agressividade e dos conflitos entre pessoas, na avaliação da psicóloga Fabiana Luckemeyer, não é um fenômeno restrito a São José e pode ter várias razões, como o quadro pós-pandêmico, com mais ansiedade e depressão.

Mas também o descontrole emocional que está relacionado ao egoísmo, de achar que tudo tem que estar de acordo com a própria vontade.

"É nosso lado egoísta. Nem tudo vai ser do nosso jeito. Isso afeta o relacionamento e o dia a dia", disse Fabiana.

Ela vê ainda um crescimento da intolerância, relacionada ao excesso da busca por dopamina, pelo prazer imediato, que vem com as redes sociais, drogas e a vida na internet.

Para combater essa situação, a psicóloga recomenda adotar o "menos é mais". "Menos compromissos, gastos, redes sociais, pessoas se envolvendo e se intrometendo na sua vida, e mais meditação, espiritualidade, terapia, se entender, buscar ajuda para aquietar suas angústias e medos".

E completa: "Tentar reduzir o ritmo e ter mais tempo para acalmar as nossas emoções. Rever o que está sendo feito, um check-list da vida. Tentar mudar o que está gerando estresse. Melhorar em alguns aspectos. Se não faz o que gosta, aprender a gostar do que faz. Avaliar o propósito de vida".

Segundo ela, o que também melhora muito as relações interpessoais é ter uma boa comunicação, saber se expressar.

"O que melhora muito é uma boa comunicação, interlocução. Falar o que quero, o que gosto e o que preciso para as pessoas. A comunicação assertiva, sem melindre e orgulho ajuda nas relação interpessoais", afirmou a psicóloga.

Os conflitos entre pessoas matam 21 vezes mais do que os casos ligados ao tráfico de drogas em São José dos Campos.

É o que mostra o Anuário de Homicídios, relatório da 3ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Homicídios da Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais). Os dados referem-se a 2022.

No ano passado, a maior cidade do Vale do Paraíba registrou 46 vítimas em homicídios, todas elas do sexo masculino.

Os números mostram que 43 dos 46 homicídios em São José em 2022 foram motivados por conflitos interpessoais, contra duas mortes atribuídas ao tráfico e uma ao dolo eventual -- acidentes (homicídio doloso).

Dos 43 casos de conflito, 36 foram de problemas entre pessoas conhecidas e desconhecidas, como brigas em geral.

Cinco vítimas foram atribuídas a conflitos entre casais e companheiros, categoria que envolve relações de gênero.

Outras duas mortes foram por conflitos entre familiares.

Responsável pela Delegacia de Homicídios de São José, o delegado Neimar Camargo Mendes disse que essas situações ocorrem há tempos.

"Há cada caso absurdo de homicídio. Motivações de brigas por ciúmes, brigas de bar e outros conflitos diversos."

AGRESSIVIDADE

O aumento da agressividade e dos conflitos entre pessoas, na avaliação da psicóloga Fabiana Luckemeyer, não é um fenômeno restrito a São José e pode ter várias razões, como o quadro pós-pandêmico, com mais ansiedade e depressão.

Mas também o descontrole emocional que está relacionado ao egoísmo, de achar que tudo tem que estar de acordo com a própria vontade.

"É nosso lado egoísta. Nem tudo vai ser do nosso jeito. Isso afeta o relacionamento e o dia a dia", disse Fabiana.

Ela vê ainda um crescimento da intolerância, relacionada ao excesso da busca por dopamina, pelo prazer imediato, que vem com as redes sociais, drogas e a vida na internet.

Para combater essa situação, a psicóloga recomenda adotar o "menos é mais". "Menos compromissos, gastos, redes sociais, pessoas se envolvendo e se intrometendo na sua vida, e mais meditação, espiritualidade, terapia, se entender, buscar ajuda para aquietar suas angústias e medos".

E completa: "Tentar reduzir o ritmo e ter mais tempo para acalmar as nossas emoções. Rever o que está sendo feito, um check-list da vida. Tentar mudar o que está gerando estresse. Melhorar em alguns aspectos. Se não faz o que gosta, aprender a gostar do que faz. Avaliar o propósito de vida".

Segundo ela, o que também melhora muito as relações interpessoais é ter uma boa comunicação, saber se expressar.

"O que melhora muito é uma boa comunicação, interlocução. Falar o que quero, o que gosto e o que preciso para as pessoas. A comunicação assertiva, sem melindre e orgulho ajuda nas relação interpessoais", afirmou a psicóloga.

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