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LUTO
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Obituário: Therezinha Pimenta da Costa e Silva colecionou pacientes gratos em Taubaté
Obituário: Therezinha Pimenta da Costa e Silva colecionou pacientes gratos em Taubaté
Jornalista escreve texto tocante em homenagem à mãe
Jornalista escreve texto tocante em homenagem à mãe
Por Regina da Costa e Silva | 10/09/2023 | Tempo de leitura: 2 min
Taubaté

Ela tinha mãos de seda, suaves como uma pluma, com talento nato para aplicar aquelas injeções doloridas, em que depois o enfermo se lembrava apenas da leve picada, inofensiva. Com isso, atraía as mães da vizinhança em busca de ajuda para a dose de antibióticos prescrita para combater a inflamação na garganta dos filhos. A criança quase não chorava.
Therezinha Pimenta da Costa e Silva, a Teca, aprendeu o ofício na escola de enfermagem de Taubaté, no Vale do Paraíba, e o exerceu por 35 anos em um laboratório de análises clínicas, que chegou a ser um dos mais conceituados do interior, o Silvio Sacramento. Nas horas vagas, atendia quem batia à porta, sem nada cobrar por isso.
Teca colecionava pacientes gratos. O senhor Vinicius nunca a esquecia e nos Natais aparecia sempre com panetones em gratidão por sua acolhida em momentos difíceis; moradores da área rural a presenteavam com ovos frescos, patos e galinhas vivas em agradecimento pelos cuidados.
Quando se aposentou, passou a se interessar por obras sociais da Sociedade Vicentina ou por apoiar a igreja do Alto do Cristo, bairro onde viveu os últimos 30 anos, que abriga uma réplica da estátua do Cristo Redentor, e de onde é possível enxergar toda a cidade de Taubaté.
Adorava cantar. Em seu aniversário de 75 anos, um de seus cantores preferidos, Moacyr Franco, apareceu de surpresa na festa em sua homenagem, cantou e dançou com ela. Teca chorou de emoção.
Muito católica, teve a oportunidade de visitar Roma, a Itália, e comungar na igreja de São Pedro, em passeio com o segundo filho mais velho, Juvenal da Costa e Silva Neto, que se formou engenheiro e de quem tinha muito orgulho.
Detestava a solidão e desde muito jovem dizia que o seu grande sonho era morar numa casa rodeada de filhos, netos, amigos e que seria muito feliz se tivesse sempre um lar com uma grande mesa na sala de jantar para reunir a todos. Nos dias seguintes à sua partida, eles estavam lá: seus cinco filhos e oito netos, além de amigos e parentes próximos.
Juntos relembravam suas histórias, riam de seus comentários diretos, alguns sem filtro. Um tanto controladora, superprotetora, a vida da família girava em torno dela. Saía para comprar uma roupa nova e voltava com presentes para os netos e nada para si mesma.
Com a velhice se aproximando, dizia a todos que odiaria passar os últimos anos de vida deitada num leito, dependendo de outros enfermeiros. Seu sonho foi realizado. Saiu de cena no último dia 24 de julho, após uma rápida internação. Completaria 88 anos em 20 de dezembro. Deixou um vazio enorme na mesa de jantar.
Ela tinha mãos de seda, suaves como uma pluma, com talento nato para aplicar aquelas injeções doloridas, em que depois o enfermo se lembrava apenas da leve picada, inofensiva. Com isso, atraía as mães da vizinhança em busca de ajuda para a dose de antibióticos prescrita para combater a inflamação na garganta dos filhos. A criança quase não chorava.
Therezinha Pimenta da Costa e Silva, a Teca, aprendeu o ofício na escola de enfermagem de Taubaté, no Vale do Paraíba, e o exerceu por 35 anos em um laboratório de análises clínicas, que chegou a ser um dos mais conceituados do interior, o Silvio Sacramento. Nas horas vagas, atendia quem batia à porta, sem nada cobrar por isso.
Teca colecionava pacientes gratos. O senhor Vinicius nunca a esquecia e nos Natais aparecia sempre com panetones em gratidão por sua acolhida em momentos difíceis; moradores da área rural a presenteavam com ovos frescos, patos e galinhas vivas em agradecimento pelos cuidados.
Quando se aposentou, passou a se interessar por obras sociais da Sociedade Vicentina ou por apoiar a igreja do Alto do Cristo, bairro onde viveu os últimos 30 anos, que abriga uma réplica da estátua do Cristo Redentor, e de onde é possível enxergar toda a cidade de Taubaté.
Adorava cantar. Em seu aniversário de 75 anos, um de seus cantores preferidos, Moacyr Franco, apareceu de surpresa na festa em sua homenagem, cantou e dançou com ela. Teca chorou de emoção.
Muito católica, teve a oportunidade de visitar Roma, a Itália, e comungar na igreja de São Pedro, em passeio com o segundo filho mais velho, Juvenal da Costa e Silva Neto, que se formou engenheiro e de quem tinha muito orgulho.
Detestava a solidão e desde muito jovem dizia que o seu grande sonho era morar numa casa rodeada de filhos, netos, amigos e que seria muito feliz se tivesse sempre um lar com uma grande mesa na sala de jantar para reunir a todos. Nos dias seguintes à sua partida, eles estavam lá: seus cinco filhos e oito netos, além de amigos e parentes próximos.
Juntos relembravam suas histórias, riam de seus comentários diretos, alguns sem filtro. Um tanto controladora, superprotetora, a vida da família girava em torno dela. Saía para comprar uma roupa nova e voltava com presentes para os netos e nada para si mesma.
Com a velhice se aproximando, dizia a todos que odiaria passar os últimos anos de vida deitada num leito, dependendo de outros enfermeiros. Seu sonho foi realizado. Saiu de cena no último dia 24 de julho, após uma rápida internação. Completaria 88 anos em 20 de dezembro. Deixou um vazio enorme na mesa de jantar.
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