SAÚDE MENTAL

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Setembro amarelo: organizações atuam para que falar de suicídio deixe de ser tabu

Setembro amarelo: organizações atuam para que falar de suicídio deixe de ser tabu

No Vale do Paraíba, uma pessoa se suicida a cada três dias. Nos anos 1980, a taxa era de 3,21 vítimas de suicídio por 100 mil habitantes.

No Vale do Paraíba, uma pessoa se suicida a cada três dias. Nos anos 1980, a taxa era de 3,21 vítimas de suicídio por 100 mil habitantes.

02/09/2023 | Tempo de leitura: 3 min
da Redação

da Redação

02/09/2023 - Tempo de leitura: 3 min

Reprodução/Anna Karp/Unsplash

Brasil vem aumentando ano a ano as taxas de suicídio.

De acordo com dados de 2017 do Ministério da Saúde, no Vale do Paraíba, uma pessoa se suicida a cada três dias. Nos anos 1980, a taxa era de 3,21 vítimas de suicídio por 100 mil habitantes. Em 2015, o índice saltou para 5,16 por 100 mil. Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) de 2022 indicam que mais de 700 mil pessoas no mundo morrem por ano devido ao suicídio, o que representa uma a cada 100 mortes registradas.

Falar sobre este assunto ainda é tabu, por isso, em 2015, o CVV (Centro de Valorização da Vida), o CFM (Conselho Federal de Medicina) e a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) lançaram a campanha Setembro Amarelo, mês em que prefeituras e organizações da sociedade promovem debates e disseminam informação sobre o comportamento suicida. Especialistas consideram que conversar sobre o tema pode auxiliar na prevenção.

À Folha de S. Paulo, o psiquiatra Alan Campos Luciano afirmou que a invalidação do sofrimento dos que têm ideação suicida, como se fosse uma "fraqueza", dificulta a busca pelo tratamento que poderia evitar a morte. "Ela [a pessoa] não tem o sofrimento avalizado e não procura ajuda", disse.

"Na contramão do mundo, o Brasil vem aumentando ano a ano as taxas de suicídio", disse Campos. Segundo ele, porém, o dado também tem influência da melhora na notificação das mortes por suicídio, informação que raramente constava como causa do óbito, justamente por causa do estigma em torno do tema.

Saúde mental em São José
Em São José dos Campos, existe o Francisca Júlia CVV, organização de saúde mental que presta atendimentos para 12 mil pacientes por mês.

De acordo com o diretor da instituição, Daniel Peagno, desde 1972 o local trata dependentes químicos e pessoas em momentos de vulnerabilidade, oferecendo "ambiente de acolhimento e compreensão, rompendo tabus e encorajando o diálogo sobre saúde mental", afirmou.

O grande número de atendimentos mensais corresponde ao serviço dos Ambulatórios Adulto e Infantojuvenil, implementados em 2008. Desde 2022, o CVV Francisca Júlia dispõe de uma Unidade Emergencial em Saúde Mental 24 horas, centralizando todos os atendimentos da cidade. No primeiro semestre deste ano, a Unidade Emergencial registrou quase 7 mil atendimentos, distribuídos entre feminino, masculino e infantojuvenil.

Peso da Covid-19 na saúde mental
Peagno também explicou que a pandemia do Covid-19 ressaltou a necessidade de um suporte mais amplo e acolhedor para profissionais da saúde e pacientes, exigindo ênfase na escuta empática.

“O período da pandemia demonstrou a necessidade e oportunidade de começar a realizar um trabalho de pronto atendimento", com enfoque na psiquiatria e mais qualificação dos profissionais.

Além da escuta empática, o método da ACP (Abordagem Centrada na Pessoa), também foi adotado. Tal princípio valoriza tanto a jornada do paciente quanto as relações humanas. "Nosso foco é na pessoa, não no diagnóstico. A escuta empática é um legado de nossos fundadores, resgatado durante a pandemia, quando as pessoas precisaram de acolhimento. Os profissionais também necessitaram de apoio para enfrentar o desafio, impactando positivamente o atendimento na ponta", concluiu Peagno.

Combate ao Suicídio
O Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. O telefone é 188 e o site é o www.cvv.org.br.

Outra ferramenta é o site Mapa Saúde Mental, que mapeia diversos tipos de atendimento em todo o Brasil.

De acordo com dados de 2017 do Ministério da Saúde, no Vale do Paraíba, uma pessoa se suicida a cada três dias. Nos anos 1980, a taxa era de 3,21 vítimas de suicídio por 100 mil habitantes. Em 2015, o índice saltou para 5,16 por 100 mil. Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) de 2022 indicam que mais de 700 mil pessoas no mundo morrem por ano devido ao suicídio, o que representa uma a cada 100 mortes registradas.

Falar sobre este assunto ainda é tabu, por isso, em 2015, o CVV (Centro de Valorização da Vida), o CFM (Conselho Federal de Medicina) e a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) lançaram a campanha Setembro Amarelo, mês em que prefeituras e organizações da sociedade promovem debates e disseminam informação sobre o comportamento suicida. Especialistas consideram que conversar sobre o tema pode auxiliar na prevenção.

À Folha de S. Paulo, o psiquiatra Alan Campos Luciano afirmou que a invalidação do sofrimento dos que têm ideação suicida, como se fosse uma "fraqueza", dificulta a busca pelo tratamento que poderia evitar a morte. "Ela [a pessoa] não tem o sofrimento avalizado e não procura ajuda", disse.

"Na contramão do mundo, o Brasil vem aumentando ano a ano as taxas de suicídio", disse Campos. Segundo ele, porém, o dado também tem influência da melhora na notificação das mortes por suicídio, informação que raramente constava como causa do óbito, justamente por causa do estigma em torno do tema.

Saúde mental em São José
Em São José dos Campos, existe o Francisca Júlia CVV, organização de saúde mental que presta atendimentos para 12 mil pacientes por mês.

De acordo com o diretor da instituição, Daniel Peagno, desde 1972 o local trata dependentes químicos e pessoas em momentos de vulnerabilidade, oferecendo "ambiente de acolhimento e compreensão, rompendo tabus e encorajando o diálogo sobre saúde mental", afirmou.

O grande número de atendimentos mensais corresponde ao serviço dos Ambulatórios Adulto e Infantojuvenil, implementados em 2008. Desde 2022, o CVV Francisca Júlia dispõe de uma Unidade Emergencial em Saúde Mental 24 horas, centralizando todos os atendimentos da cidade. No primeiro semestre deste ano, a Unidade Emergencial registrou quase 7 mil atendimentos, distribuídos entre feminino, masculino e infantojuvenil.

Peso da Covid-19 na saúde mental
Peagno também explicou que a pandemia do Covid-19 ressaltou a necessidade de um suporte mais amplo e acolhedor para profissionais da saúde e pacientes, exigindo ênfase na escuta empática.

“O período da pandemia demonstrou a necessidade e oportunidade de começar a realizar um trabalho de pronto atendimento", com enfoque na psiquiatria e mais qualificação dos profissionais.

Além da escuta empática, o método da ACP (Abordagem Centrada na Pessoa), também foi adotado. Tal princípio valoriza tanto a jornada do paciente quanto as relações humanas. "Nosso foco é na pessoa, não no diagnóstico. A escuta empática é um legado de nossos fundadores, resgatado durante a pandemia, quando as pessoas precisaram de acolhimento. Os profissionais também necessitaram de apoio para enfrentar o desafio, impactando positivamente o atendimento na ponta", concluiu Peagno.

Combate ao Suicídio
O Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. O telefone é 188 e o site é o www.cvv.org.br.

Outra ferramenta é o site Mapa Saúde Mental, que mapeia diversos tipos de atendimento em todo o Brasil.

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